Por Agência Brasil
Publicada em 22/02/2021 às 15h05
Um estudo preliminar feito na Escócia apontou que pessoas que receberam a primeira dose das vacinas de Oxford/AstraZeneca ou da Pfizer/BioNTech tiveram seu risco de internação por Covid-19 reduzidos em 94% e 85%, respectivamente, entre 28 e 34 dias após a vacinação.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (22), mas ainda não foram validados por outros cientistas e nem publicados em revista.
A análise mostrou que, entre os pacientes com 80 anos de idade ou mais, a vacinação foi associada a uma redução de 81% no risco de hospitalização pela doença no mesmo período depois do recebimento da primeira dose. Esse dado considera tanto os pacientes que receberam a vacina de Oxford quanto a da Pfizer.
"Estes resultados são muito animadores e nos deram muitas razões para ser otimistas com o futuro", disse Aziz Sheikh, professor da Universidade de Edimburgo e um dos líderes do estudo.
Os pesquisadores alertaram, entretanto, que os índices diferentes para cada uma das vacinas não permitem fazer uma comparação entre elas.
O estudo
Os cientistas, de cinco universidades escocesas e do sistema público de saúde do país, analisaram dados de toda a população da Escócia – de 5,4 milhões de pessoas – entre 8 de dezembro e 15 de fevereiro. Nesse período, 1,14 milhões de doses foram aplicadas; 21% da população recebeu uma primeira dose. Cerca de 650 mil pessoas receberam a vacina da Pfizer e 490 mil, a de Oxford.
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Em uma entrevista coletiva, o pesquisador Aziz Sheikh alertou que os resultados são preliminares, ainda a serem analisados por cientistas independentes, mas acrescentou: "estou muito esperançoso. Agora temos indícios nacionais de que a vacinação oferece proteção contra hospitalizações por Covid-19".
Ele disse acreditar que países usando as mesmas duas vacinas e uma estratégia semelhante – como Inglaterra e País de Gales, por exemplo – deverão ver um resultado parecido na redução do número de pessoas hospitalizadas com a Covid.
O Reino Unido já aprovou 3 vacinas contra a Covid-19: a primeira foi a da Pfizer, no início de dezembro, seguida pela de Oxford, no final do mesmo mês, e, por último, a da Moderna, no início de janeiro. Esta última ainda não começou a ser aplicada.
Alerta
O estudo também apontou, entretanto, que, depois de quatro semanas, a redução nas hospitalizações foi diminuindo entre grupos vacinados e não vacinados.
A partir de 42 dias ou mais depois da primeira dose, por exemplo, a redução nas hospitalizações entre o grupo vacinado e não vacinado foi de 64% na vacina da Pfizer. Para a de Oxford, não havia dados disponíveis, porque ela começou a ser aplicada apenas em janeiro.
Os cientistas pontuaram que ainda era cedo para saber se a proteção oferecida após uma única dose da vacina diminuía depois de um mês. Eles alertaram que mais evidências eram necessárias.
O Reino Unido adotou uma política de aplicar a primeira dose das vacinas na maior quantidade possível de pessoas. O comitê científico do país recomendou que a segunda dose da vacina de Oxford seja aplicada de 4 a 12 semanas depois da primeira e a da Pfizer, de 3 a 12 semanas. No domingo (21), o governo britânico anunciou que todos os adultos do país receberão a primeira dose até 31 de julho.
No Brasil, a vacina de Oxford está sendo aplicada com 12 semanas de espaçamento entre as doses. O imunizante da Pfizer ainda não foi aprovado no país.