Por Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 13/02/2021 às 10h39
Segundo o calendário da Justiça eleitoral, em outubro do próximo ano serão realizadas eleições gerais para escolha do presidente da República e do vice, governadores e vices, uma das três vagas ao Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas. Faltam pouco mais de vinte meses para que os eleitores possam, mais uma vez, escolher os seus principais governantes.
Em Rondônia, mesmo com o coronavírus predominando nas ações de governo e também dos demais segmentos da sociedade, que se mobilizam para combater e controlar a ação maléfica da pandemia, as eleições de 2022 movimentam os bastidores da política. A sucessão estadual já provoca intensa mobilização político-partidária.
Hoje estão na lista de prováveis candidatos sete nomes em condições de concorrer, com chances de sucesso à sucessão estadual. A busca pelo Poder Executivo é preferencial entre os partidos, pois o comando político-administrativo do Estado é da maior importância para os grupos político-partidários.
Durante a semana na coluna RD Política, publicada das segundas-feiras aos sábados no RONDÔNIA DINÂMICA a disputa pelo governo do Estado nas eleições do próximo ano foi assunto de pauta. Mas devido a sua importância para o futuro do Estado vamos mais a fundo, pois é prioridade entre os dirigentes partidários despertar a curiosidade da população e garantir o voto.
Hoje não se tem dúvida, que o governador Marcos Rocha, eleito pelo PSL em 2018, mas atualmente sem partido concorrerá à reeleição. As ações do governo Rocha estão muito abaixo do que se esperava, devido a sua proximidade com o governo federal, mas não compromete. A luta contra o coronavírus poderia ser mais efetiva, organizada; a educação é razoável, o ritmo de obras é sonolento, a cultura pouco eficiente, o social sem ações mais efetivas, mas o agronegócio vai bem.
Rocha tem chances de buscar um novo mandato, mas terá que tirar o pé do freio e colocar no acelerador e botar os secretários para trabalhar mais e falar menos, como na área de saúde.
Reeleito sem muitas dificuldades para um novo mandato, o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB) já percorre o Estado em busca de parcerias visando as eleições do próximo ano. Talvez sem o apoio do seu mentor na política, o ex-senador Expedito Júnior, que estaria arrumando as malas para se filiar ao PSD, partido presidido no Estado pelo seu filho, deputado federal Expedito Netto. Júnior deverá concorrer ao Senado, mas teria compromisso em apoiar o senador Marcos Rogério, presidente do DEM no Estado, a governador. Rogério apoiou Júnior, publicamente, no segundo turno das eleições ao governo em 2018. Júnior acabou sendo derrotado por Marcos Rocha, após vencer o primeiro turno.
O senador Marcos Rogério é uma das lideranças políticas emergentes do Estado. Sua eleição com mais de 320 mil votos, o mais bem votado nas eleições do Senado em 2018 o credencia a concorrer a governador em 2022 com ótimas condições de sucesso. Certamente terá o apoio de Expedito Júnior, por isso a sua provável filiação ao PSD, pois os tucanos têm Hildon como candidato ajustado para concorrer a governador.
O MDB tem um nome em condições de disputar o governo do Estado com enorme penetração junto ao eleitorado, o do senador Confúcio Moura, governador em dois mandatos seguidos. Seria “a bola da vez” para concorrer, mas o presidente regional do partido, Lúcio Mosquini, disse que convidou o prefeito-reeleito João Gonçalves Jr, com 19.357 dos votos (68,24%), do PSDB, para se filiar ao MDB e ser o candidato do partido à sucessão estadual. Como Confúcio foi eleito em 2018 para um mandato de 8 anos, poderia concorrer sem problemas, mas hoje, se espera pela resposta de João Jr, que já chegaria no partido com a responsabilidade de concorrer ao governo do Estado.
O PSB também trabalha uma candidatura majoritária para as eleições do próximo ano, mas não estaria descartada uma composição. O presidente regional do partido, deputado federal Mauro Nazif seria o nome do PSB para concorrer a governador em 2022, mas teve problemas de saúde recentemente, e certamente não estará na disputa. Provavelmente busque a reeleição, que exige bem menos trabalho e ele é muito bem aceito junto ao funcionalismo público federal.
Hoje o nome de maior expressão do PSB, uma das lideranças políticas do Estado é do ex-deputado estadual e ex-prefeito em dois mandatos seguidos de Ji-Paraná, Jesualdo Pires. Ele concorreu ao Senado em 2018 e, mesmo sem estrutura necessária recebeu mais de 195 mil votos. Hoje é um líder regional e peça importante em qualquer composição política no Estado.
O jovem e combativo deputado federal Léo Moraes, presidente regional do Podemos também está na lista de prováveis nomes em condições de concorrer à sucessão estadual do próximo ano. Nas eleições de novembro último formalizou apoio à ex-vereadora de Porto Velho, Cristiane Lopes (PP), que disputou o segundo turno com Hildon Chaves à prefeitura da capital e foi peça importante no processo eleitoral.
Também se comenta que Léo Moraes estaria formatando uma parceria com o PSB tendo como companheiro de chapa Jesualdo Pires. Léo já demonstrou que tem bom trânsito junto ao eleitorado de Porto Velho, onde já foi vereador e deputado estadual e Jesualdo é importante liderança no interior do Estado, com base em Ji-Paraná, segundo maior e mais importante município de Rondônia.
O professor universitário, Ramon Cujuí, do PT, que foi candidato a prefeito de Porto Velho em novembro último é o nome do PT para concorrer ao governo do Estado. O partido passa por momento difícil em nível nacional, mas Cujuí é ficha limpa e só não conseguiu um desempenho eleitoral melhor em 2020, porque a pandemia limitou a propaganda eleitoral em todos os níveis, inclusive os debates, mas deixou uma ótima impressão. Não há dúvida que será o nome forte do PT, que hoje, estaria como Fênix, ressurgindo das cinzas, para retomar o seu espaço político nos âmbitos regional e nacional.
O quadro político visando a sucessão estadual das Eleições 2022 é esse. Certamente teremos, como já dizia Magalhães Pinto, ex-governador de Minas Gerais e um dos políticos mais brilhantes do País, mudanças, pois ““política é como nuvem; a gente olha, está de um jeito; olha de novo, já está de outro”.