Por Enoque de Oliveira/Secom
Publicada em 10/02/2021 às 13h51
O Governo de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) tem usado os recursos do fundo Proleite para incentivar práticas modernas de manejo de pastagens e de produção de forragens para garantir que a silagem chegue com qualidade ao cocho do gado. A medida visa minimizar o impacto do período de déficit hídrico no Estado, com a consequente paralisação ou redução do crescimento das pastagens, a partir de maio, afetando fortemente a criação do gado bovino, em especial a bovinocultura de leite.
Máquinas e equipamentos, como ensiladeiras mecânicas, são usados na recuperação das pastagens degradadas, por meio da mecanização e uso de calcário para correção da acidez do solo e fertilizantes. Os produtores que aderem ao programa contam com a assistência técnica dos servidores da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater-RO).
O objetivo do Estado, é melhorar a atividade leiteira e evitar as quedas bruscas na produção no período de estiagem. A pecuária de leite é a atividade que concentra a maioria dos pequenos produtores rurais do Estado e a que mais sofre com a falta de chuvas durante o verão amazônico, que vai de maio a outubro, período que o gado mais necessita da suplementação alimentar no cocho.
Criadores de gado de leite sabem que fevereiro é um período bom para o plantio do milho para silagem, visando uma colheita no final do período chuvoso. “Para quem plantou o BRS Capiaçu no início do período das chuvas é tempo de preparar um corte da capineira, para aproveitar o potencial da forrageira, que pode render até três cortes ao ano, alcançando uma produção de mais de 300 toneladas de matéria bruta”, diz o zootecnista Cleverson do Santos, gerente do Escritório Regional da Emater.
Varias categorias de gramíneas são apropriadas para a produção de silagem, mas em Rondônia a preferência dos produtores é pelo milho, principalmente na segunda safra, também chamada de safrinha. Agora tem uma outra opção, o capim BRS capiaçu desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), amplamente difundido no Estado pela Emater e outras instituições.
Segundo os técnicos da Emater, a silagem de milho, sorgo e, ultimamente, de capiaçu é a forma mais prática e barata de armazenar alimento volumoso de alto teor nutritivo para o rebanho, mas alertam: não basta plantar as espécies próprias para produção de silagem, é fundamental o cuidado com a cultura, no caso do milho. Quanto mais vigorosa e produtiva for a lavoura, maior será o volume de massa seca e mais nutritiva será a silagem, mas, para isso, se faz necessário o manejo adequado da cultura com preparo do solo, boa adubação do plantio e coberturas nitrogenadas durante o desenvolvimento das espécies.
“No caso dos produtores que optaram pelo cultivo do BRS capiaçu, os investimentos e tratos culturais são semelhantes aos do milho, com a vantagem de que o capim possui um desenvolvimento rápido, oferece um volume de massa muito superior ao do milho, a um custo menor. No entanto, não se pode esquecer que ele exige os mesmos cuidados de adubação e tratos culturais que o milho”, diz o especialista da Embrapa, engenheiro agrônomo e pesquisador Paulo Moreira.
O pesquisador esclarece ainda, que a decisão de produzir silagem por parte dos produtores de leite leva em conta a pequena margem de lucro na produção de leite, fazendo com que os criadores mantenham a média de produção, sem aumentar muito os custos, mesmo no período seco, quando há escassez de pastagem. Para garantir a produção, é armazenada forragem para os animais na forma de silagem, para garantir a nutrição no período de escassez de pasto, ficando ainda opcional a espécie a se cultivar, como milho, sorgo, ou BRS Capiaçu, e o tipo de silo, que pode ser trincheira, de superfície ou em bags.