Por Rondoniadinamica
Publicada em 25/03/2021 às 10h07
Porto Velho, RO – Quando em 2018 o então candidato Coronel Marcos Rocha, sem partido, incorporou o discurso “eu sou ele, ele sou eu”, referindo ao presidente da República Jair Bolsonaro, também postulante à época -- fora de legenda por ora ---, certamente não imaginava duas coisas.
A primeira, que seria eleito naquele ano para começar a operar em 2019; a segunda, enfrentar a maior crise sanitária dos últimos cem anos à frente do Poder estadual.
Pois ambas as situações ocorreram criando na vida do militar dualidade administrativa fora do comum ao colher os louros do comando enquanto absorve o fato de lidar com 50 pessoas mortas/dia pelo Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2).
A pandemia desencadeou-se no final de 2019 em Wuhan, na China, e a primeira vítima no Brasil fora diagnosticada no dia 26 de fevereiro do ano seguinte. E menos de um mês depois disso, o vírus aportava em Rondônia.
Logo, Rocha teve muito pouco teve de paz para promover suas próprias diretrizes na política até que começasse a conceber a ideia de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) lotadas, com filas de espera, mensagens de luto em profusão nas redes sociais e uma infinidade de cortejos fúnebres pelas ruas.
Mesmo assim, sua lealdade a Bolsonaro, beirando ao fanatismo desproporcional, às raias de torcida organizada no campo futebolístico numa analogia rasa e minimalista, criou, sem querer ou não, a letargia do caos.
Até quando precisou tomar decisões mais firmes, e o fez em algumas ocasiões, agindo episodicamente como todo estadista às vezes precisa conduzir as coisas, isto é, contrariando a vontade popular em prol do bem maior, que no caso é a vida, regressou. Temeu. Desdisse. Fez pouco das próprias deliberações gerando, consequentemente, essa sensação social de desprezo ao regramento institucional patrocinado pela representação escolhida na urna.
Esse conflito interno entre o afã bajulador direcionado ao chefe do Palácio do Planalto e a necessidade extremamente urgente de erradicar regionalmente o Coronavírus, cessando as mortes de maneira peremptória, foi sanado fortuitamente.
É que Bolsonaro mudou de concepção, estendendo a esteira para o imitador andar na linha e finalmente comportar-se com correição diante do cenário desastroso.
O anúncio entoado por Marcos Rocha em relação à compra de um milhão de doses da vacina Sputnik V, da Rússia, não aplaca a dor de famílias, colegas, amigos, vizinhos das quase 4 mil vidas perdidas em Rondônia.
Por outro lado, se chegar de acordo com o cronograma estabelecido e a imunização ocorrer de forma acelerada e diligente, talvez tenha o condão de redimir parcialmente as consequências desencadeadas exclusivamente em decorrência da prostração do estafe temporário a comandar as rédeas das hostes palacianas.