Sabe-se que durante anos a humanidade foi fascinada pelas mais diversas manifestações artísticas do gênero de fantasia. Desde livros clássicos como Alice no País das Maravilhas, passando por filmes de aventura e ficção científica como As Crônicas de Nárnia, até pioneiros em jogos como Super Mario Bros e Final Fantasy.
O que existe de comum em todos os exemplos citados acima? Todos esses títulos envolvem, de forma direta ou indireta, elementos de fantasia, permitindo que o usuário (seja ele leitor, gamer ou espectador) tenha contato com uma realidade alternativa utópica, o que por sua vez pode aguçar a criatividade do usuário em questão. No entanto, o enfoque no presente artigo será relacionado especificamente aos jogos eletrônicos.
Qual o papel deles na formação de um cidadão? Qual a visão acadêmica sobre o consumo de jogos atualmente? Onde pode-se encontrar essas informações online?
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Jogos no âmbito acadêmico
Como dito no parágrafo anterior, existe uma grande área de pesquisa voltada para jogos atualmente, uma vez que os games são uma área que movimenta a economia de forma expressiva anualmente. Portanto, não é de se espantar que cada vez mais o mercado de inovação e tecnologia referentes a games cresça. Atualmente, já é possível ver diferentes efeitos da expressividade econômica desse mercado. Teses cujo tema é desenvolvimento de jogos, cursos pautados inteiros em design de jogos e até inúmeros TCC sobre jogos foram produzidos nos últimos anos, mundialmente.
Outrossim, um dos enfoques do presente artigo é o impacto que esse aumento no consumo de games possui na cultura, no comportamento e na formação das pessoas como cidadãos e profissionais.
Existe uma gama de diferentes pesquisas relacionadas a jogos atualmente, ainda mais quando se trata de jogos eletrônicos.
Histórico
Sabemos, essencialmente, que essa área de interesse não é fruto do século XXI, afinal de contas, durante o século XX possuíamos plataformas clássicas como ATARI, DreamCast e Super Nintendo. Portanto, não é de hoje que a ciência se interessa pelos possíveis efeitos que o consumo (e o consumo excessivo de videogames) pode causar.
Segundo a Revista FAPESP, ainda, o primeiro jogo eletrônico de que se tem registro foi desenvolvido no Massachusetts Institute of Technology (MIT) durante a década de 60. Uma equipe liderada por Steve Russell desenvolve um jogo de batalha espacial cuja função seria de passatempo durante as horas vagas. Seis décadas depois, temos 2.3 bilhões de gamers ao redor do mundo, de acordo com dados do Global Games Market.
Hoje, os videogames constituem uma área de estudo pela ciência. Além de verificar o efeito de seu uso de forma indevida, pesquisadores de distintas áreas do conhecimento estão contribuindo para descobertas de novas aplicações para os videogames.
Impactos e observações acadêmicas
Um dos pesquisadores que estuda os impactos que o consumo de jogos eletrônicos pode ter nas pessoas é Fabio Ota. MBA pela FGV e com especialização em ludificação na UPENN e presidente da International School of Game.
Um dos projetos de Fábio e sua equipe consiste em observar os impactos que jogos eletrônicos podem ter na capacidade cognitiva e perceptiva de idosos com idades de 65 a 94 anos. Este estudo começou em 1988, durou 10 anos e contou com praticamente três mil voluntários de seis cidades distintas nos Estados Unidos.
Após todo esse período de testes e análises, um dos resultados mais impressionantes que a equipe de Fábio apresentou foi o de que videogames podem contribuir para o aumento na capacidade cognitiva de idosos. Outra pesquisa recém realizada pelo Pennington Biomedical Research Center da Universidade de Louisiana mostra que jogos eletrônicos que requerem esforço físico podem melhorar a saúde de crianças obesas significativamente.
Conclusão
Como pudemos ver, de forma sucinta e rápida, ao longo do artigo: jogos eletrônicos possuem sim efeitos dos mais variados na população. Tais efeitos são variáveis, e podem ser diferentes de acordo com a frequência de tempo em que a pessoa joga, a idade da pessoa em questão e condições físicas e mentais dessa pessoa. Também pudemos ver que os games podem ter um papel decisivo na melhora da capacidade cognitiva de idosos, mostrando que a prática em videogames pode sim trazer vantagens em situações corriqueiras, como constatado no início do artigo. Por fim, de acordo com o professor Sérgio Bairon, titular na ECA-USP, com o rápido avanço da tecnologia, em especial de inteligências artificiais, os jogos eletrônicos assumem um papel de expressar conceitos científicos de forma mais literal até que a escrita.
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