Por Rondoniadinamica
Publicada em 12/03/2021 às 08h38
Porto Velho, RO – O diretor-geral do Hospital João Paulo II enviou Ofício ao Ministério Público (MP/RO) endereçado à promotora de Justiça Flávia Barbosa Shimizu Mazzini.
Amaury Apolônio de Oliveira Júnior relembrou que em abril de 2020 houve um quadro de infecção em massa entre funcionários onde pelo menos 336 servidores foram infectados pela COVID-19 (Coronavírus/SARS-CoV-2).
“Salienta-se que mesmo não se tratando de unidade de referência para COVID, o HJPII é a principal porta de entrada para urgências e emergências clínicas e de traumas do estado de Rondônia, e diversas vezes esses pacientes entram nesta unidade já infectados pela doença”, destacou.
Em seguida, sacramentou:
“Fato evidenciado pelo cenário de infecção em massa dos profissionais no primeiro pico da doença em meados do mês de abril de 2020, onde 336 servidores, simultaneamente, foram afastados por estarem suspeito ou confirmado de infecção pela doença, ou se enquadrarem no Grupo de Risco. Cenário este, que aos poucos vem se repetindo ao longo desse segundo pico da doença”.
Em outra passagem, o diretor anota:
“[...] o fluxo de entrada de pacientes por demanda espontânea acometidos pela doença que aportam nesta unidade a procura de atendimento tem se elevado consideravelmente em função da falta de atendimento nas unidades de referência do município de Porto Velho, causando diversos transtornos e colocando em risco a segurança dos demais pacientes [...]”.
“Vale salientar que tais condutas tem colocado em risco toda a equipe multidisciplinar, bem como os usuários em atendimento nesta unidade. Percebe-se ainda que tais episódios têm ocorrido diante da falta de atendimentos na rede municipal de saúde, conforme amplamente divulgado na mídia, onde noticiam-se que as unidades de saúde não recebem mais pacientes, devido a superlotação”, complementou.
E concluiu:
“Desse modo, com a ciência de que a segunda onda da Pandemia covid-19 vem gerando grande sobrecarga a todo o sistema de saúde, atingindo tanto a rede estadual como municipal. Deixamos aqui nosso estado situacional, bem como alertamos para as graves consequências que podem vir a surgir, ao passo em que esperamos a compreensão e busca de soluções para enfrentar todos esses desafios, encaminhamos para vossa ciência e possível auxilio junto aos responsáveis pelo acolhimento destes pacientes, para que sejam atendidos e tratados nas devidas unidades de referência, evitando propagação do vírus e proporcionando tratamento digno aos usuários. Salientando que os pacientes internados nesta unidade já são acometidos por outras comorbidades, suscetível a agravamento caso contaminado”, finalizou.
CONFIRA O OFÍCIO: