Por Montezuma Cruz/Secom
Publicada em 08/03/2021 às 12h05
Já é rotina para a superintendente Estadual de Comunicação (Secom) do Governo de Rondônia, Rosângela Castelo, passar o dia todo num vaivém por dependências palacianas, uma característica do seu ritmo de trabalho. Conhecer esses meandros é tal qual visualizar os 52 municípios do Estado, ela compara.
Paranaense de Campina da Lagoa (centro-oeste do Estado do Paraná), rondoniense por adoção, Rosângela, 44 anos, veio criança para Ouro Preto do Oeste, na BR-364, onde os pais João Maria da Silva, 72, e Cinira dos Santos, 68, ganharam um lote de terra do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no período cacaueiro do primeiro projeto integrado de colonização do extinto território federal.
No Dia Internacional da Mulher, ela enaltece o desempenho feminino em Rondônia e no mundo, compreendendo a quebra de paradigmas e a capacitação feminina para ocupar o seu espaço na Educação, Saúde, Comunicação, Empreendedorismo, Políticas Sociais, no Judiciário, entre outros âmbitos.
Rosângela tem uma visão completa do Estado. Seu trabalho em uma empresa emissora de televisão facilitou-lhe conhecer todos os municípios, pessoas e hábitos regionais.
“Antes de casar, minha mãe assinava o nome com o polegar, se alfabetizou no Mobral noturno, no Colégio Joaquim de Lima, para que anos depois, com muito esforço e estudos, chegasse a trabalhar como enfermeira. O meu pai foi o principal apoiador da minha mãe, cuidando dos cinco filhos a noite para que ela pudesse estudar”, conta.
Rosângela estudou em Ouro Preto do Oeste até 1995, quando veio para Capital, Porto Velho, estudar na Universidade Federal de Rondônia (Unir), buscando o curso de Economia, em seguida, fez Administração, Marketing e cursos de pós graduação em instituições privadas. Além de comunicadora, é também professora de Ensino Superior.
“Faria tudo de novo, até mesmo sem salário, porque me convenci do grande presente que é o conhecimento. Recebo por ministrar aulas, mas também fiz muito sem salário”, comenta.
Rosângela acredita que a docência vai além da sala de aula e aprecia auxiliar as pessoas no aprendizado e no aconselhamento. Desde 2010 participa do quadro de uma faculdade privada, dedicando-se aos cursos de Administração, Jornalismo, Propaganda e Publicidade, Direito, Ciências Contábeis, Psicologia, Engenharia Civil e Elétrica.
“A mulher batalhou pelos espaços conquistados, buscando inserir-se em novos cenários. Ela tem visão analítica, capacidade de ver o todo, utiliza o humanismo como ferramenta de motivação para criar estratégias, acompanhar o tático e, se preciso for, atuar no operacional”, assinala.
Quando começou a trabalhar em outra emissora de televisão, já poderia vislumbrar o seu horizonte: “Comecei fazendo arquivos de videoteipes (fita de material plástico para edição e reprodução de imagem) e fui também chefe de operações comerciais”.
“Somos multiprofissionais, mães e administradoras do lar, fazemos almoço, arrumamos a casa, cuidamos das finanças, cuidamos dos filhos e ainda nos cuidamos. Tenho muito orgulho em ser mulher e me orgulho das mulheres rondonienses”.
Uma data que ela nunca esquece: 6h da manhã de 15 de junho de 1995, quando chegou a Porto Velho. “Minha vida era tranquila demais em Ouro Preto, eu vim de lá com uma mala de roupas e outra com livros, imaginando como seria a experiência na Capital”.
Rosângela defende a comunicação com consciência e bem feita
Três anos depois, em 1998, lá estava Rosângela dando conta de dois expedientes: numa empresa de vídeo, assistente de produção, e em uma empresa operadora de telefonia, onde atuou no setor de expansão de redes.
Conforme ela considera, “a porta principal” abria-se no ano 2000, ao ingressar em uma rede de emissoras afiliadas, onde permaneceu até agosto de 2015.
De assistente comercial, saiu gerente comercial do Estado. “Um caminho longo, uma grande experiência, extremamente gratificante”, frisa.
A chegada ao Governo de Rondônia aconteceu em 2019. Rosângela foi trabalhar na Superintendência Estadual de Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura (Sedi), atuando como coordenadora de comércio, indústria e agronegócio. Logo depois, fora designada para a diretoria executiva da Casa Civil, de onde seria designada para a Secom.
Casada há quase 20 anos com Milton Castelo, “mãe de coração” de Michele Castelo, 21, e avó de Valentina, 2, a superintendente analisa sua atual missão governamental como “mais um desafio”. “Aqui é preciso sabedoria, resiliência, sinergia, alinhamento e do esforço necessário para fazer multiplicar boas informações”, constata.
Mudanças na ordem mundial, enfrentamento à pandemia da Covid-19 e o dia a dia corrido lhe proporcionam convicções a respeito de crises sanitária, econômica e política. “Eu me pergunto: de que maneira o ser humano deve se comportar diante desse novo momento do qual sabemos o hoje e desconhecemos o amanhã? A população afetada merece respostas e nós lutamos para que ela tenha todas as que forem possíveis”, emenda.
Na torcida para que o atual período “passe logo”, Rosângela defende a “comunicação com consciência e bem feita. Se assim o fizermos, vamos conseguir reduzir a quantidade de informações desencontradas que só prejudicam as pessoas”, afirma.