Por Poder360
Publicada em 06/03/2021 às 09h33
A EEOC (Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego), órgão ligado do governo dos Estados Unidos, está investigando o Facebook por preconceito racial na contratação e promoção de funcionários.
Segundo a Reuters, o órgão classificou a investigação como “sistêmica” –quando há a suspeita de que as políticas da empresa podem estar contribuindo para a discriminação generalizada.
De forma geral, a comissão resolve os casos por meio de mediação. Mas quando uma investigação aponta um problema sistêmico, os investigadores podem recrutar especialistas para analisar os dados da companhia e até abrir um processo mais amplo representando classes inteiras de trabalhadores.
A denúncia contra o Facebook foi feita em julho de 2020 pelo gerente do programa de operações da empresa, Oscar Veneszee Jr., e 2 candidatos que foram dispensados em processos seletivos. Um 3º candidato se apresentou em dezembro para corroborar as acusações.
Eles afirmam que a empresa discrimina candidatos e funcionários negros, baseando-se em avaliações subjetivas. Ainda, que o Facebook promove estereótipos raciais problemáticos.
Contatado pela Reuters, Andy Stone, porta-voz do Facebook, não quis comentar a investigação ou as acusações contra a rede social. Ele afirmou que o Facebook leva a sério “qualquer denúncia de discriminação” e que todos os casos são investigados.
“É essencial fornecer a todos os funcionários um ambiente de trabalho respeitoso e seguro”, declarou.
A EEOC não quis comentar o caso.
Peter Romer-Friedman, advogado da Gupta Wessler, firma de advocacia que representa Veneszee e os outros 3 denunciantes, afirmou que a EEOC tem documentos detalhados fornecidos por ambos os lados.
Segundo ele, uma das políticas praticadas pelo Facebook é conceder bônus de até US$ 5.000 aos funcionários quando um candidato indicado por eles é contratado. Isso faz com que as indicações reflitam a composição da equipe existente, prejudicando os profissionais negros.
O Facebook afirmou, em junho de 2020, que aproximadamente 3,9% de seus funcionários nos Estados Unidos são negros.
Em dezembro, o Departamento de Justiça norte-americano abriu processo contra a rede social. O órgão acusa o Facebook de favorecer portadores de visto temporário de trabalho nas contrações, em detrimento dos norte-americanos.
Segundo o Departamento de Justiça, o Facebook “se recusou a recrutar, considerar ou contratar trabalhadores norte-americanos qualificados e disponíveis para mais de 2.600 posições”. O órgão afirmou que o processo é o resultado de 2 anos de investigação.