Por Notícia ao Minuto - Portugal
Publicada em 01/03/2021 às 15h03
Julie Stufft, subsecretária adjunta de serviços de vistos do gabinete nacional de Assuntos Consulares, falava numa conferência de imprensa telefónica, na qual a Lusa participou, atribuindo à pandemia de covid-19 a principal causa para atrasos no processamento de pedidos de imigração para os EUA.
"Em janeiro de 2020 existiam 75 mil pedidos de vistos de imigrante pendentes no Centro Nacional de Vistos, à espera de entrevistas presenciais. Em fevereiro de 2021, esse número era de 473 mil, cerca de seis ou sete vezes mais", disse a responsável.
Estes números não incluem todos os pedidos de visto que estão em fases iniciais, como a fase de reunião de documentos necessários para aprovação de elegibilidade.
A atribuição de vistos para a entrada nos EUA requer, normalmente, impressões digitais, documentos que indiquem os motivos para e estadia no país e uma entrevista presencial em inglês por funcionários consulares.
Segundo Julie Stufft, os EUA e o Presidente, Joe Biden, reconhecem que os pedidos de vistos não são apenas números e estatísticas, mas têm por trás pessoas que são obrigadas a lidar com as dificuldades e stress por não receberem autorização para viver nos EUA.
"Não podemos prometer que os números reduzam todos os meses", declarou a subsecretária adjunta interina.
"O Departamento de Estado está a tentar fazer de tudo para resolver a acumulação e completar os processos de vistos de maneira tão eficiente quanto possível, dentro do processo projetado para defender as fronteiras da nação", disse Julie Stufft, acrescentando que a principal prioridade neste processo é o estado de saúde dos trabalhadores e dos requerentes de vistos.
Dentro dos pedidos acumulados, a prioridade é também dada a cônjuges de cidadãos norte-americanos (esposos e esposas), filhos de cidadãos norte-americanos e noivos.
Os 473 mil pedidos de visto de imigração pendentes devem-se a "capacidades reduzidas para atribuir vistos durante a pandemia" e às limitações que a covid-19 provocou nos serviços consulares, como o número de pessoas que podem estar num espaço fechado.
Antes da pandemia de covid-19, os Estados Unidos emitiam cerca de dez milhões de vistos por ano, das quais metade eram para imigração e a outra metade para visitas temporárias.
Todas as embaixadas e postos de emissão de vistos norte-americanos em todo o mundo estão obrigadas a seguir regras federais dos Estados Unidos em relação ao uso de máscaras, distanciamento social e higienização.
Os Estados Unidos têm 136 postos de processamento de vistos de imigração espalhados pelo mundo, que estão a operar com capacidades limitadas.
Julie Stufft acrescentou que apenas 43 postos de processamento de vistos temporários não imigrantes estão a funcionar para dar resposta a pedidos urgentes, num total de 233 postos para vistos não imigrantes.
Não existem, atualmente, proibições gerais para vistos de imigrantes, mas existem restrições à entrada nos EUA ligadas com a presença dos viajantes em países considerados de alto risco 14 dias antes da entrada nos EUA.
Nessa categoria, existem restrições para pessoas que estiveram no Brasil, China, Irão, Reino Unido, Irlanda, África do Sul e 26 países do espaço Schengen, incluindo Portugal.
A pandemia de covid-19 provocou mais de 2 milhões e 533 mil mortes em todo o mundo, resultantes de mais de 114 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela universidade John Hopkins.
Os Estados Unidos são o país mais afetado, com 513.112 mortos em 28.609.645 casos de infeção.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.