Por G1 RO
Publicada em 18/03/2021 às 10h07
O Hospital Cândido Rondon (HCR) em Ji-Paraná (RO), afirmou nesta quarta-feira (17) que entrou em colapso. O monitoramento divulgado pela instituição aponta que a unidade está superlotada de casos graves de Covid-19 "sem a menor condição de atender, receber ou internar pacientes".
De acordo com a direção do hospital, o atendimento à população está suspenso temporariamente até que a gravidade interna diminua. Os principais problemas enfrentados são a lotação dos leitos de UTI e a exaustão diária dos profissionais de saúde que lutam para prestar atendimento adequado aos pacientes já internados.
"Infelizmente, após 18 anos teremos que, a partir do presente momento, suspender os atendimentos em nosso Pronto Atendimento, temporariamente, até que tal situação venha a melhorar e possamos retomar o equilíbrio interno quanto ao fluxo de atendimento de paciente e dentro das disponibilidades de leitos. Solicitamos a compreensão de todos neste momento tão crítico que assola não só a nós, mas como o país todo", consta no comunicado do hospital.
Mesmo antes de o mês acabar, Rondônia bateu recordes de mortes por Covid-19 em março, segundo dados apurados pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de Saúde. Foram registradas 614 mortes até o dia 16. O recorde prévio era do mês passado, quando 606 pessoas morreram em todo o mês de fevereiro.
Na terça-feira (16) a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) declarou que o Brasil passa pelo "maior colapso sanitário e hospitalar da história". A instituição apontou que 24 estados e o Distrito Federal estão com taxas de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do Sistema Único de Saúde (SUS) iguais ou superiores a 80%.
Na semana passada, a fundação já havia informado que o país vive o pior momento da pandemia. A entidade divulgou que a avaliação é decorrente da piora de alguns dos principais indicadores sobre a Covid-19:
O avanço da tragédia em Rondônia
Rondônia está no pior cenário da pandemia até agora. A rede pública de saúde está em colapso e a rede privada chegando a ele. Rondonienses são transferidos para outros estados por causa da fila de espera por leitos de UTI. A vacinação acontece a conta-gotas. Festas com aglomerações são flagradas constantemente. A tragédia avança com rapidez e os espaços nos cemitérios estão se esgotando:
a primeira morte por Covid foi registrada em Rondônia no dia 29 de março de 2020,
após 138 dias o estado chegou a 1.000 vítimas fatais,
156 dias depois Rondônia chegava ao total de 2.000 vidas perdidas
e demorou apenas 47 dias para chegar aos 3 mil mortos