Por SINJUR
Publicada em 01/03/2021 às 09h47
Desde a chegada do coronavírus, ali por volta de fevereiro de 2.020, que a vida dos brasileiros vem sendo marcada pela dor e a saudade, com a perda de seus entes queridos.
Assim, dias cinzentos se sucedem neste contexto conturbado de perdas de vidas e crise econômica. A saúde pública, então insipiente, acabou perdeu de vez a substância, mas entre as pessoas emergiu a solidariedade e a coletividade.
È bem verdade que a face do ser humano ganhou nova configuração com o uso de máscaras, escondendo expressões e sorrisos, mas na proporção que os abraços iam minguando com o avanço da doença, o individualismo cedia lugar ao coletivismo.
Hoje, em meio à tormenta, enquanto nos hospitais vidas agonizam ou vêm sendo perdidas para o vírus, vem à tona nas redes sociais iniciativas coletivas de apoio, com a chamada “ação solidária”, para ajudar a recuperar aquele ente que se debate no balão de oxigênio, na dura rotina de falta de ar, no enfrentamento do mal tenebroso.
O vírus letal solapa com voracidade a vida das pessoas e expõe a vulnerabilidade humana de forma mais intensa, deixando todos, ricos, pobres, negros e brancos, na mesma nau, com o timoneiro perdido.
E, mesmo diante da perda de vidas tão importantes, florescem gestos dignos de serem cristalizados para servir de exemplo para uma vida inteira.
Foi o caso da arrecadação de fundos feita pela família e amigos do oficial de justiça Rômulo Pessoa de Oliveira, para custear seu tratamento, após ele ser infectado pelo coronavírus.
Com a colaboração de corações generosos, foi arrecadada a quantia de R$. 54 mil reais, mas Deus chamou Rômulo no dia 18/02, um pouco antes de os recursos serem utilizados na sua recuperação.
Todavia, floresceu da dor da família, o gesto de honestidade, grandeza e solidariedade, em devolver a quantia arrecadada com doação a entidades filantrópicas, que lutam para resgatar outras vidas que agonizam.
Assim, familiares, amigos e colegas oficiais de justiça de Rômulo, com desapego, distribuíram os recursos não utilizados às Entidades reconhecidamente voltadas ao triunfo da vida.
Quiçá, este exemplo seja seguido por governantes e outras autoridades que têm vez, voz, e se ombreadas no mesmo ideal, em outro plano, possam se dar mãos e adquirirem o antídoto para combater esta peste, que a cada dia retira do nosso convívio figuras tão caras, sem sequer, nos dar chance de participar de seus velórios e muitos menos fazer-lhes uma despedida digna.
DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS:
Para o Hospital do Amor foi destinada a quantia de R$. 25.000,00;
Ao Núcleo de Apoio à Criança com Câncer NAAC – R$. 11.000,00;
Rosetta – R$ 6.000 Casa de Apoio ao Hospital do Amor – R$ 6.000,00 Pestalozzi R$ 6.000;
Ou seja, da dor tão insuportável da perda de Rômulo, surgiu o amor florescendo com vigor, em favor de outras vidas, que também precisam de um pouco mais de alento para respirar um ar mais puro, sem ajuda de aparelhos.