Porto Velho, RO – Em menos de cinco dias, Rondônia foi do anúncio de 1,4 milhão de doses de imunizantes contra o Coronavírus para exatamente zero.
Quatrocentas mil doses aventadas pelo prefeito Hildon Chaves, do PSDB, esbarraram numa operação policial que desbaratou o suposto esquema das vacinas.
A Capital não perdeu economicamente, como a Prefeitura de Porto Velho esclareceu em anúncio oficial, mas, conforme pontuado no último editorial veiculado pelo Rondônia Dinâmica, as perdas se traduzem nas questões psicoemocionais da população.
Os cidadãos querem receber proteção contra a COVID-19 o mais rápido possível.
No final da tarde do dia seguinte, Marcos Rocha, governador, falou o seguinte em seu Twitter:
“[...]
#IMUNIZARO: A Anvisa terá reunião extraordinária nessa segunda (26) """"para acelerar a autorização da importação de 1 milhão de doses que adquirimos da Sputnik-V"""".
Como sempre, manteremos a população atualizada com transparência, sem fantasias e promessas. Deus está abençoando! [...]”.
Números atualizados sobre o Coronavírus em Rondônia / Reprodução
A veiculação na rede social trouxe consigo uma “alfinetada” na situação do chefe do Executivo municipal, mas, ao mesmo tempo, carregou a expectativa de aprovação da Spuninik, o que, no final das contas, não ocorreu.
"A vacina já foi autorizada em mais de 60 países, com alta eficácia comprovada e é considerada uma das mais seguras do mundo. Inclusive hoje o Ministério da Ciência e Tecnologia liberou o seu uso comercial. Por isso, nós faremos um novo pedido de análise ao órgão", declarou o mandatário do Palácio Rio Madeira logo após a deliberação.
No fim, apesar da boa-fé de ambas as autoridades, e a despeito de serem situações muito diferentes, repise-se, o resultado na vida das pessoas é idêntico.
Reportagem do UOL logo após a negativa do órgão nacional de controle abordou as minúcias relacionadas a riscos.
“O gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, informou que a Sputnik V pode ser prejudicial à saúde humana”, destacou o texto.
“Isso porque a vacina usa um tipo de vírus que naturalmente se replica”, continua a veiculação.
"Isso significa que o vírus que deve ser utilizado apenas para carregar material genético do coronavírus para as células humanas e, assim, promover a resposta imune, ele mesmo se replica, e isso é uma não conformidade grave", disse ao portal.
E concluiu:
"O primeiro grande problema é que este procedimento está em desacordo com o desenvolvimento de qualquer vacina de vetor viral", acrescentou.
Confira a lista de países que aprovaram a Sputnik-V:
Argélia, Angola, Antígua e Barbuda, Argentina, Armênia, Azerbaijão, Bahrein, Belarus, Bolívia, Bósnia, Camarões, Cazaquistão, Congo, Djibuti, Egito, Emirados Árabes, Eslováquia, Filipinas, Honduras, Gabão, Gana, Guatemala, Guiné, Guiana, Hungria, Índia, Irã, Iraque, Jordânia, Laos, Líbano, Macedônia do Norte, Mali, Marrocos, Ilhas Maurício, México, Mianmar, Moldávia, Mongólia, Montenegro, Namíbia, Nepal, Nicarágua, Paquistão, Autoridade Palestina, Panamá, Paraguai, Quênia, Quirguistão, San Marino, São Vicente e Granadinas, Sérvia, Ilhas Seychelles, Síria, Sri Lanka, Tunísia, Turcomenistão, Uzbequistão, Venezuela, Vietnã, Zimbábue.
Marcos Rocha se pronuncia
Ontem mesmo, e logo após a reunião da Anvisa, o governador de Rondônia voltou a usar o Twitter a fim de abordar a questão.
Desta feita, embora tenha mantido as garantias de transparência, não quis mais abespinhar – mesmo indiretamente –, o potencial concorrente ao Palácio Rio Madeira em 2022.
CONFIRA:
É de fato uma situação em que todos perdem. Todos mesmo.
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