Por Jaqueline Malta/Secom
Publicada em 28/04/2021 às 11h34
A data de 28 de abril é marcada pelo Dia Mundial da Educação, instituído há 19 anos por líderes de 164 países, incluindo o Brasil, e simboliza o compromisso dessas nações com o desenvolvimento de um dos principais pilares de uma sociedade: a Educação. Em tempos de pandemia, levar ensino de forma online aos alunos, tem sido desafiador. Mas o dinamismo e a criatividade dos professores têm tornado as aulas cada vez mais interessantes. O projeto “Os Grandes Físicos da História”, idealizado por professoras de Nova Mamoré, em Rondônia retrata bem esse novo cenário.
O tradicional quadro da sala de aula e as apostilas deram o lugar para as câmeras, painel de fundo e uma edição divertida, capaz de prender a atenção até mesmo de muita gente adulta. O projeto, desenvolvido na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Casimiro de Abreu, em Nova Mamoré, da Coordenadoria Regional de Ensino (CRE) de Guajará – Mirim partiu da iniciativa de duas professoras que lecionam disciplinas bem diferentes, Física e História, para os alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Médio. E, por meio de uma plataforma digital, elas levam o ensino com bom humor, expandindo conhecimento.
INOVAÇÃO
Uma mistura que deu certo! A diretora da escola, Delcilene Rubira Fogaça explica que o grande diferencial desse projeto está no formato em que é elaborado. Tudo é produzido com recursos próprios das professoras, com objetos de casa. Esse modo de transmitir conhecimento já era desenvolvido pelas professoras, de forma individual. Mas, ambas encontram a oportunidade de inovar, fazendo a junção das disciplinas, de forma lúdica, trazendo o aluno para mais perto. “Sabemos do grande desafio que é dirigir uma aula por vídeo. E nesse tempo de pandemia, há essa necessidade. Porém, se não houver uma dinâmica maior, a aula se torna cansativa para o aluno e, consequentemente, vem o desinteresse. O diferencial foi a produção de vídeo interativo, dinâmico e de forma interdisciplinar, capaz de prender a atenção dos alunos. Elas conseguiram tornar a aula mais leves e atrativas”, declarou.
Os trabalhos iniciaram no primeiro semestre do ano passado. E tem obtido bons resultados, alcançando uma de até 70% de participação dos estudantes. As provas acontecem também de forma digital, através de uma plataforma, além de avaliação continuada, aplicada de acordo com o envolvimento dos alunos durante as videoaulas.
INTERAÇÃO COM OS ALUNOS
Há quase um ano, o projeto continua e já desperta a atenção dos pais, que aprovaram a iniciativa da escola. A professora de Física, Eulália Souza Oliveira de Abreu é uma das protagonistas do projeto. Ela conta que, com a chegada da pandemia, os alunos estavam desestimulados por conta da distância entre o professor e por isso veio a necessidade de fazer algo diferente.
“Como eu moro distante de minha colega, que é professora de História, a gente se encontrava uma vez na semana, com todos os protocolos necessários para a fazer a gravação das aulas. Nosso intuito maior é trazer os alunos para mais perto da gente, trabalhando de forma interdisciplinar, com muita animação e dinamismo. Depois que iniciamos o projeto, percebemos que os alunos, em especial nessas duas disciplinas, nos deram um retorno maior, estando mais envolvidos, com a participação mais ativa”, detalhou a professora afirmando que, mesmo após a pandemia, o projeto terá continuidade, com novas roupagens.
Todas as produções foram feitas pelas professoras, que utilizaram os objetos da própria casa para a montagem do cenário, desde um tecido na parede às cadeiras de praia, mesa e livros para apoiar o celular para gravar. Cada detalhe foi pensado com muito carinho e dedicação para que o resultado fosse refletido no aprendizado do aluno. Para a professora Eulália, uma inovação que pode ser um estímulo de mudança na atuação de muitos professores, cada um com sua forma. “Eu acredito que esse projeto possa ser um trampolim para estimular muitos professores que estão desmotivados e cansados a extraírem o seu melhor, levando algo diferenciado para os alunos”, concluiu.
Para a professora de História, Samantha Sulamita Soares, a segunda protagonista do projeto, o importante é não se deixar levar pelo momento, apesar de desafiador, mas sim, buscar inovar, aprender. O resultado já reflete na atuação de outros professores, que já pediram dicas à professora buscando melhorar a qualidade de suas videoaulas, em tempos de pandemia. “A essência é fazermos o uso do lúdico, com a base do ensino que temos, com forma mais divertida e isso é possível, sim. A gente não tem receita, vamos tentando e aprendendo. Agradeço ao Governo do Estado por contemplar o nosso projeto, pois nem imagina ter esse alcance”, declarou a professora.
O projeto contempla cerca de 350 alunos do Ensino Médio, Robson dos Santos Silva, do 3° ano C é um deles. Para ele o mais interessante é o fato de o projeto ter sido idealizado por professoras de disciplinas bem diferentes, mas que conseguiram fazer a junção dos conteúdos, tornando – os sensacionais. “A vontade de assistir cresceu muito. É uma mistura de humor, com diálogos e opiniões. Com toda certeza foi um projeto criado pensado na nossa educação e no nosso conforto”, avaliou o aluno.
São projetos como esses, que o Governo do Estado de Rondônia contempla e enaltece todo o corpo docente da rede pública estadual, uma vez que o resultado é refletido no processo da Educação, visando à formação futura de profissionais capazes de se reinventar em qualquer tempo. Um aprendizado que o aluno levará para toda a vida.