"O tempo urge e, como a covid-19 tem demonstrado, temos os meios para enfrentar o desafio. Temos os meios. Está na hora de agir, estamos no limite", disse Francisco numa mensagem de vídeo no YouTube, durante o fórum da organização EarthDay.org.
O Papa, que costuma debruçar-se sobre questões do ambiente, ao qual dedicou a sua encíclica "Laudato Si" (2015), sublinhou que a Humanidade "há muito que está mais consciente de que a natureza merece ser protegida".
Uma lição que, em sua opinião, tem sido sobretudo compreendida desde a pandemia provocada pelo novo coronavírus e o seu avanço pelo planeta.
Francisco instou os líderes políticos a serem claros e a "dizerem a verdade" à sociedade, para que ganhem consciência da situação no mundo e reajam para a proteger.
"Também me junto a vós num apelo a todos os líderes do mundo para agirem com coragem, para agirem com justiça e para dizerem sempre a verdade às pessoas, para que as pessoas saibam como se proteger da destruição do planeta, como proteger o planeta da destruição que muitas vezes desencadeamos", acentuou.
O pontífice argentino aludiu a um "velho ditado espanhol" que diz que "Deus perdoa sempre, nós, homens, perdoamos de vez em quando, a natureza já não perdoa", avisando que quando a destruição da natureza é desencadeada "é muito difícil impedi-la".
No entanto, o mundo "ainda tem tempo" para resolver este problema, advertiu Francisco, para quem a colaboração entre os povos e o compromisso com a inovação serão fundamentais na procura de novos modos de vida.
"Seremos mais resilientes quando trabalharmos juntos em vez de o fazermos sozinhos. A adversidade que estamos a viver com a pandemia, e que já sentimos nas alterações climáticas, deve impulsionar-nos para a inovação, para a invenção, em busca de novos caminhos", preconizou.
Segundo o Papa, "não se sai de uma crise da mesma maneira, saímos melhor ou pior". "Este é o desafio, e se não sairmos melhor, estamos num caminho de autodestruição", acrescentou o líder da Igreja católica.
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