Por Hypeness
Publicada em 23/04/2021 às 10h15
Rachel Sheherazade está movendo uma ação na Justiça contra o SBT. Demitida em agosto de 2020, a ex-apresentadora pede indenização no valor de R$ 20 milhões.
A informação é do jornalista Gabrierl Perline, do Notícias da TV, que teve acesso ao processo de 522 páginas onde Rachel, além de acusar Silvio Santos de assédio moral e humilhação em rede nacional, alega que foi vítima de censura e boicote por parte da chefia de jornalismo da empresa. Sheherazade ressalta ainda que nunca recebeu nenhum direito trabalhista, como férias remuneradas e 13º salário.
A ação foi protocolada em 11 de março, na 3ª Vara do Trabalho de Osasco (SP), onde está localizada a sede do SBT. Os advogados de Rachel detalham os motivos de pedirem uma indenização milionária pelos nove anos sete meses em que ela trabalhou na emissora. A cerimônia do “Troféu Imprensa”, realizada em 9 de abril de 2017, tem destaque na ação. Segundo informações, Sheherazade relata que, quando subiu ao palco para receber o “Troféu Internet” de melhor apresentadora de telejornal, teria sido humilhada por Silvio Santos em rede nacional.
“Eu te chamei para você continuar com a sua beleza, com a sua voz, foi para ler as notícias, e não dar a sua opinião. Se quiser falar sobre política, compre uma estação de TV e faça por sua própria conta”, disse o dono da emissora, segundo o processo.
Para a defesa de Rachel Sheherazade, Silvio Santos teve comportamento depreciativo, preconceituoso, vexatório, humilhante e constrangedor, além de adotar uma “atitude nitidamente machista, [que] colocou a figura feminina numa posição em que a beleza física é supervalorizada em detrimento dos atributos intelectuais”, conforme o Noticias na TV.
Rachel terá a 1ª audiência com o SBT em agosto
Na lista de constrangimentos alegados pela apresentadora ainda estão acusações de censura e boicote. Sheherazade revela ter sido suspensa pelo SBT Brasil, em agosto de 2019, após um pedido de Luciano Hang, dono da rede varejista Havan, um dos principais patrocinadores dos programas do SBT. Ela pontua que, por represália a suas publicações em redes sociais, foi proibida de comandar o telejornal nas edições de sexta-feira.
Sheherazade anexou na ação prints de conversas com colegas de trabalho. Entre eles, mensagens que trocou com José Occhiuso, diretor de Jornalismo do SBT, em que ela reclamava do desequilíbrio de distribuição de tarefas importantes, como gravações de chamadas e offs do telejornal.
E, para chegar aos quase R$ 20 milhões de indenização, a defesa de Sheherazade foi minuciosa no detalhamento de itens que foram suprimidos de seus ganhos nos quase dez anos em que trabalhou no SBT como pessoa jurídica. Eles alegam o recebimento de um aviso prévio de 57 dias, previsto em contrato, que lhe renderia R$ 406.806,09.
Outro pagamento que também está sendo exigido é o da diferença salarial decorrente dos reajustes que Rachel não usufruiu por não ser contratada pelo regime CLT. O total, diz o proceso, chega ao montante de R$ 9.207.376,89. A audiência foi marcada pela Justiça Trabalhista para 3 de agosto, às 10h10, quando as testemunhas de Rachel Sheherazade e do SBT serão ouvidas pelo juiz. Hermano Henning, que também processou o SBT após ser demitido, será testemunha de Sheherazade no caso.