Por SINTERO
Publicada em 14/05/2021 às 09h07
A Lei Áurea, que aboliu oficialmente a escravidão no Brasil, foi assinada em 13 de maio de 1888. No entanto, a data não é comemorada pelo povo negro, visto que a abolição foi considerada apenas uma banal formalidade instituída sem qualquer projeto político e social para população recém-libertada. Após 133 anos, o Sintero através da Secretaria de Gênero e Etnia relembra a data como um dia de luta, uma vez que não há motivos para se festejar.
Para a Secretária de Gênero e Etnia do Sintero, Rosenilda Ferreira de Souza Silva (Rosa Negra), a data deve ser lembrada como um dia de protesto contra o racismo e a vulnerabilidade do povo negro no Brasil. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 54% da população brasileira é negra e, apesar de ser a maioria do povo, ainda convive com o preconceito, discriminação racial e sem qualquer política social que garanta igualdade no acesso à educação, saúde, moradia, emprego e renda.
Na atual crise sanitária causada pela Covid-19, os dados coletados no mês de maio de 2020 por pesquisadores independentes em mais de 5.500 municípios, mostraram que 55% dos pacientes negros, hospitalizados com o coronavírus em estado grave morreram em comparação com 34% dos pacientes brancos, mostrando assim, que as taxas de mortalidade são mais altas entre a população negra. O fato pode ser justificado em razão da desigualdade social e econômica deste povo que em sua maioria tem moradias periféricas e com condições de saúde precárias.
Por isso, neste dia 13 de maio, o Sintero reforça a luta para que sejam construídas e realizadas ações e iniciativas práticas que concedam oportunidades iguais aos negros e negras deste país, corrigindo a injustiça que há anos penalizam esta população.
“Os homens e mulheres negros vivem e trabalham em condições precárias e, na maioria das vezes, não podem realizar o serviço remotamente. Logo, necessitam sair de casa para ganhar o pão e acabam se expondo mais facilmente ao vírus. Isso, infelizmente, gera um verdadeiro genocídio da população negra, pois não há interesse por parte de nossos governantes que sejam oferecidas políticas públicas que assegurem renda para que essas famílias vivam com mais dignidade”, disse Rosa Negra.