![Atacante do Porto Velho, Gleisson fala de quando quase atuou em Copa do Mundo por Togo](/uploads/s5bt3tdrbrokmx5.jpeg)
Por Juan Rodrigues - Porto Velho
Publicada em 12/05/2021 às 09h30
Muita história e gols, Gleisson é uma das opções para o ataque do Porto Velho em 2021. O jogador aos 39 anos, tem uma carreira de rodagens e oportunidades. Quase esteve em uma Copa do Mundo, fez carreira na África, Oriente Médio, e espera ser campeão com a locomotiva.
Porto Velho não é um desbravamento para o jogador. O camisa 77, fora do país, acumula carreira principalmente em por países africanos. Gleisson Jorge de Souza Freire é natural do Rio de Janeiro (RJ) atuou pelo Al-Minaa-IRQ, Asante Kotoko-GAN, Danubio-URU, Dyto-TOG, Kawkab-MAR, Salamanca-ESP e Terengganu-MAS.
Inclusive, foi na África, que esteve cotado para a Copa do Mundo em 2006 com a camisa de Togo. Andarilho da bola, viveu grandes aventuras pelo planeta do futebol. Até no Al-Minaa, do Iraque, ele atuou.
- Foram de oito a dez países onde passei. Joguei no Uruguai, joguei no México, Malásia, Marrocos, Gana, Togo e Iraque. De lá, voltei para o Brasil. O Iraque foi um país que me ajudou muito em relação financeira. Conseguiu cumprir com meus objetivos. Pra jogar lá, não é fácil jogar lá. Não é fácil ficar em um país como esses que eu passei, sozinho, sem família. Não é como aqui no Brasil. Onde você é livre para ir em qualquer lugar. Então nesses lugares que fui: como Malásia, Marrocos e Iraque, que é um país que é muçulmano, é mais complicado. Mas eu me adaptei muito bem nesses países ai. Tenho amigos lá ainda, em todos esses países, a gente se fala pelas redes sociais. Isso ai me ajudou muito na minha profissão. Por isso que passei por outros países - revelou.
Uma dessas particularidades exigiu bastante esforço físico. Quando atuava no Kwakab, do Marrocos, uma visita a um colaborador do time rendeu quase uma trilha. O problema era que o ônibus do clube não conseguia chegar ao topo da montanha. Aí o jeito foi o time todo caminhar.
- A gente foi fazer uma visita a uma pessoa que morava muito longe, longe mesmo. E só dava para chegar na casa da pessoa subindo tipo uma montanha e teve que ir a pé. foi diferente. A gente teve que deixar o ônibus embaixo e subir tipo trilha para chegar na casa bem no alto da montanha. Nem precisava mais de treinamento físico (risos) - conta.
Cada trajetória, marcou o atleta de alguma maneira. Ele viveu a realidade e particularidades de cada uma dessas nações. Diante disso, ao ser questionado da estrutura e da qualidade com a bola rolando, Gleisson é enfático sobre o que cada um pode proporcionar futebolisticamente.
Bom de jogar pra mim o futebol do México é muito bom, muito, muito bom mesmo. Em relação financeira, o Iraque foi um país que me levantou de uma maneira que nem eu mesmo imaginava. E ao mesmo tempo foi o mais desafiante. Isso junto com Togo onde passei por um clube e pela seleção. E ainda assim consegue me sair bem: cinco jogos e fiz onze gols. E até assinei um pré-contrato para disputar a Copa do Mundo de 2006. Mas infelizmente não deu certo. Assimilar o futebol do time Togo foi difícil. Já Gana, por exemplo, foi tranquilo. Eu nunca vi na minha vida eles gostarem tanto de brasileiros e lotar os estádios, lotar até os treinos. Podia ser qualquer tipo de treino, chute a gol, cruzamentos, eles lotavam o campo todo e isso me impressionou muito. Quando falam em brasileiros, ainda mais atacantes, eles ficam doidos. Lá eram eu e mais três. Como atacante, eles viam muito minhas bolas direcionadas ao gol e eles lá não chutam certos como a gente e ai eles ficavam impressionados e todo treino seja qual fosse eles estavam presentes. Até mesmo por gostarem de futebol, eles paravam de trabalhar para ir ver nossos treinos
— Gleisson.
E se tem algo que cada local tem são seus próprios ídolos. Nomes como Kanu, Adebayor, Aubameyang são venerados pela população. Para Gleisson, de todas as localidades que pode acompanhar de perto, em Togo, o nome do atacante que passou por Arsenal, Tottenham e Manchester City é o que ecoa mais forte.
- O Adebayor lá no Togo é muito bem falado, mas tem os outros países também. Na Espanha, a maioria da seleção estão sempre na boca do povo. Não como um deus, mas assim eles clamam que os jogadores são muito bons, não pode nem falar mal deles - finaliza.
Porto Velho
O atleta foi anunciado pelo Porto Velho no início da temporada do futebol rondoniense. Logo depois que a equipe disputou o Campeonato Amazonense com as cores do Fast Clube. O jogador conversou com o ge.globo/ro sobre a comparação com atletas consagrados em países por onde ele atuou, Gleison ressaltou que quer deixar a própria marca com a camisa do Porto Velho.
- Assim, a gente trabalha para dar o nosso melhor ali. Sem dúvida nenhuma eu não quero ser o Adebayor não, mas eu quero conquistar o meu nome em Rondônia. Gleisson mesmo. E pode ter certeza que eles podem contar comigo que dentro de campo. Vou fazer o impossível para poder sempre botar a bola na rede e poder dar a vitória para esse grande clube que eu ai estou - enfatiza.
O atleta vive a primeira oportunidade no estado. Ele afirmou que as ambições do clube foram fundamentais.
- Eu fui para o Porto Velho no intuito de jogar a Copa do Brasil e ter a classificação pelo menos na primeira fase. Infelizmente Deus não permitiu, mas fomos bem no jogo, não conseguimos aquilo que a gente almejava. Vim pelo fato de eu estar em Manaus e os diretores estavam lá vendo o meu jogo e gostou de mim. Até brincou comigo em relação a minha idade, falando que eu tinha feito um gato ao contrário (risos). Mas, minha idade é essa ai mesmo. Quando eu estou dentro de campo eu pareço que sou um adolescente. Corro mesmo para ajudar a minha equipe da melhor forma. E quando a bola chega na área, a gente procura fazer o nosso melhor, que é botar a bola dentro da rede. O Porto Velho é um time novo mais com uma grande capacidade de se tornar um time grande - afirma o jogador.
Experiente, Gleisson falou sobre as ambições que tem com a camisa da locomotiva. Gleisson afirmou que quer marcar história no clube que, em pouco tempo de existência já conseguiu o título estadual em 2020.
- Minha grande ambição para esse ano, sendo bem sincero, é levantar o caneco no Porto Velho. Seja no estadual, na Série D do brasileiro e isso vai ser uma coisa que vai me deixar muito feliz. E até mesmo, não sei se é a hora, mas talvez eu possa deixar o futebol. Vai depender muito do que vier para a frente - disse.
O atacante iniciou o Campeonato Rondoniense fazendo dupla com Ariel. Ambos, se deslocavam no comando do ataque contra o Ferroviário e até a suspensão, por cartões amarelos, no confronto contra o Rondoniense SC. Ariel já foi artilheiro em Rondônia, enquanto Gleisson é debutante na competição. O atleta acredita que ambos tem muito a contribuir na função. E, analisa os companheiros.
Com certeza, cada um desses nomes falado tem muita qualidade. Até mesmo para jogar em times grandes. Como o Bacas que já passou por um time grande pelo Fluminense. O Ariel um moleque muito bom, habilidoso, bate muito bem na bola. Em relação ao Índio, moleque novo e muito habilidoso e rápido e é muito difícil tomar a bola do pé dele. E eu creio que nesse estadual ai a gente vai se dar muito bem
Legado
Enquanto o atacante ostenta a camisa do Porto Velho, o filho de Gleisson, Jean Salles segue o mesmo caminho. O jogador estava na base do Flamengo e agora veste a camisa do Alverca, de Portugal. O camisa 77 fala com orgulho dos passos semelhantes trilhados pelo filho.
- Meu filho jogou dois anos no Grêmio, jogou dois anos e pouco no Flamengo e agora joga em Portugal. É muita alegria para mim saber e de ter um filho que está encaminhando na mesma situação que eu. E é um moleque que tem tudo para ser muito melhor do que eu, sem dúvida nenhuma. É tanto que ele só jogou praticamente em times grandes: Grêmio, Flamengo e agora está em Portugal e espero que a carreira dele seja muito mais brilhante do que a minha - revela.
Enquanto isso em RO
O Porto Velho de Gleisson encara fora de casa o Real Ariquemes, no estádio Valerião, quarta-feira (11), às 15h30 (horário de Rondônia). A equipe já está classificada para as semifinais do Campeonato Rondoniense.