Por DW.com
Publicada em 11/05/2021 às 06h59
Ao menos oito pessoas morreram e várias ficaram feridas após um ataque a tiros numa escola na cidade russa de Kazan nesta terça-feira (11/05), segundo autoridades russas.
Rustam Minnikhanov, governador da República do Tartaristão - parte da Federação Russa de maioria muçulmana, da qual Kazan é a capital - afirmou que quatro meninos e três meninas, alunos da 8ª série, morreram no ataque, além de um professor.
Segundo autoridades, aparentemente o atirador agiu sozinho. "O terrorista foi preso, ele tem 19 anos de idade. Uma arma de fogo está registrada em seu nome. Outros cúmplices não foram identificados. Uma investigação está em curso", disse o governador após visitar a escola, classificando o ocorrido de uma grande tragédia para todo o país.
De acordo com a imprensa russa, o jovem teria anunciado o ataque pouco antes no Telegram. Ele teria ingressado na escola pela entrada principal com uma metralhadora e atirado imediatamente à sua volta.
Vídeos em redes sociais mostram pessoas pulando das janelas do prédio e fugindo. Os alunos foram retirados da escola, parte deles sendo abrigada num jardim de infância vizinho. Imagens mostraram dezenas de ambulâncias diante da escola.
Segundo Minnikhanov, 16 pessoas foram hospitalizadas após sofrerem ferimentos no ataque, incluindo 12 crianças, seis das quais estão na UTI. Segundo a agência de notícias Associated Press, o número de feridos reportado por autoridades de saúde locais foi 21, sendo 18 crianças - seis delas internadas na UTI.
Autoridades afirmaram que medidas de segurança adicionais foram implementadas em todas as escolas de Kazan, que fica cerca de 700 quilômetros a leste de Moscou. Também anunciaram um dia de luto nesta quarta-feira em memória das vítimas. O Ministério de Emergências da Rússia enviou um avião com médicos e equipamentos para Kazan.
Após o ataque, o presidente russo, Vladimir Putin, manifestou suas condolências aos familiares dos mortos e ordenou uma revisão da legislação de controle de armas no país.
"O presidente deu ordem para elaborar urgentemente uma nova disposição relativa aos tipos de armas que podem estar em mãos civis, levando em conta a arma" utilizada no ataque, disse a repórteres o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Ataques a tiros em escolas são raros na Rússia. Um dos maiores incidentes do tipo recentes ocorreu na Crimeia, anexada pela Rússia, em 2018, quando um estudante matou 19 pessoas antes de tirar a própria vida.