Por Folha do Sul/Rildo Costa
Publicada em 04/05/2021 às 11h58
Todos os dias, os plantadores de milho da microrregião de Cerejeiras olham para o céu. A razão é simples: se não chover neste início do mês de maio, parte da safra estará comprometida.
“Até o momento, de 40% a 50% do milho safrinha na região de Cerejeiras estão garantidos. Ou seja, se parar de chover hoje, este é o percentual que sabemos que vamos colher”, disse o presidente do Sindicato Rural de Cerejeiras, Jair Roberto Gollo. E complementa: “Para garantir o restante das lavouras, terá que chover até o dia 15 de maio mais ou menos”.
O agrônomo Antônio Neres, técnico da Copama, concorda com esta análise. “Pelo menos nas lavouras que tenho dado assistência técnica, umas duas ou três chuvas até o dia 10 de maio seriam muito bem-vindas e garantiriam a integridade da safra”.
“As chuvas do início e do fim do período da estação tem a característica de serem irregulares e esporádicas. Ou seja, chove aqui mas não chove ali. Por isso, as chuvas de maio poderão ter esta característica, pois é o fechamento da estação chuvosa, e isso nos causa esta preocupação de não chover em toda a área plantada na região”, complementa o agrônomo da Copama.
Com a irregularidade das chuvas, há lavouras de milho de diversos níveis de desenvolvimento, como mostra a foto desta reportagem, em que há uma lavoura ao fundo do cereal granando e outra na frente, com as plantas ainda em fase de crescimento.
A preocupação se explica pela seguinte razão: com os problemas climáticos no início do período da soja, o plantio do milho foi empurrado um pouco mais para frente (na região, a safra de milho é chamada de “safrinha”, pois é plantada depois da safra principal, que é a soja). Com o atraso do plantio da safra principal e, consequentemente, da safra do milho, aumenta-se o risco de comprometimento de produtividade do safrinha.
“No geral, as lavouras de milho estão boas”, disse o agrônomo Hugo Dan, do Centro de Pesquisa Agropecuária (CPA), de Cerejeiras. “Por mais que o milho tenha sido plantado mais tarde, ainda assim choveu bem até aqui. Como o milho está com um preço muito bom, os produtores decidiram plantar, mesmo um pouco tarde por causa do atraso no plantio da soja”, diz o agrônomo.
O produtor Luiz Carlos Cavassani, da Linha 5, no município de Cerejeiras, é um dos olham para o céu esperando pela chuva. “Minha lavoura está linda. Tenho milho já quase a ponto de pamonha. Estou com fé em Deus de que terei uma safra muito boa”.