Por CNN
Publicada em 08/05/2021 às 09h39
A pandemia do novo coronavírus levou mais de 3 milhões de vidas, uma quantidade quase incomensurável de vítimas. Agora, novos dados sugerem que o verdadeiro número global de mortes pela Covid-19 pode ter sido grosseiramente subnotificado.
O Sars-CoV-2 matou 6,9 milhões de pessoas, mais do que o dobro dos 3,2 milhões de mortes oficialmente relatadas em todo o mundo, de acordo com análises do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME), da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
Com 574 mil mortes, os Estados Unidos relataram mais casos de Covid-19 do que qualquer outro país. No entanto, o relatório do IHME estima o número de mortos no país em mais de 905 mil pessoas – um percentual cerca de 58% maior. Os Estados Unidos não estão sozinhos na subnotificação de óbitos, disse o IHME, acrescentando que o número de mortos foi "significativamente subnotificado em quase todos os países".
O estudo observou, no entanto, que a subnotificação é "não intencional", explicando que a capacidade de teste variada, os sistemas de saúde sobrecarregados e as mortes não registradas no início da pandemia contribuíram para a discrepância nos números.
Em comparação com outros países, a subnotificação dos Estados Unidos "não é ruim", disse o IHME, apontando para a Índia e o México como dois países onde o número de mortos é estimado em cerca de três vezes maior do que as estatísticas oficiais relatam. De acordo com o levantamento, ambos ultrapassariam o Brasil em mortes por coronavírus.
O levantamento estimou que a Índia ultrapassará os Estados Unidos em termos de mortes totais por Covid-19 até setembro, sendo responsável por 1,4 milhão de mortes. A análise da Rússia prevê uma discrepância ainda mais drástica, com o número total estimado de mortes mais de cinco vezes maior do que o reportado, colocando o país em quinto lugar em número de mortes em todo o mundo.
Para a análise, o IHME comparou a taxa de mortalidade excessiva dos países com as taxas de mortalidade estimadas.