Por Poder 360
Publicada em 13/05/2021 às 10h51
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, afirmou que está disposto a conversar com o oposicionista Juan Guaidó. Ele fez a declaração na 4ª feira (12.mai.2021) em um ato transmitido pela televisão estatal do país.
“Agora o Guaidó quer sentar comigo. Concordo, com a ajuda da União Europeia, do governo da Noruega, do Grupo de Contato, quando quiserem, onde quiserem e como quiserem“, disse ele. “Estou disposto a me reunir com toda a oposição para ver o que sai de lá, se sai algo de bom e eles abandonam o caminho da guerra, da invasão, dos ataques, do golpe, e vêm para o caminho eleitoral.”
Na 3ª feira (11.mai.2021), Guaidó propôs um encontro entre eles. Ele pediu por uma negociação para estabelecer um calendário para eleições “livres” em troca da “suspensão progressiva” de sanções contra a Venezuela.
O líder oposicionista é reconhecido, desde 2019, como o presidente interino do país pelos Estados Unidos e outros países. Mas Maduro continua no poder e Guaidó não conseguiu avançar em sua posição. Depois de meses de tentar estabelecer um cronograma que inclua eleições presidenciais, ele propôs uma negociação.
“Acabou, Guaidó, acabou sua Presidência. Você é uma piada de um líder da oposição, agora você tem que falar com Maduro“, disse ironicamente o presidente.
As últimas eleições presidenciais da Venezuela foram em 2018. Neste ano, o país deve ter um novo pleito para eleger governadores e prefeitos. A data, no entanto, não foi definida.
Guaidó afirma que a eleição presidencial de 2018 foi fraudulenta, assim como a dos parlamentares em 2020. Maduro já se recusou diversas vezes a refazer a eleição para presidente, que seria o tema da possível nova negociação.
A última vez em que representantes dos 2 líderes se reuniram foi em um mecanismo mediado pela Noruega, em 2019. O diálogo foi estimulado pela intensificação das sanções dos Estados Unidos à Venezuela. No entanto, a negociação fracassou.
O Grupo de Contato, mencionado por Maduro, é um órgão criado para buscar novas alternativas para solucionar a crise na Venezuela. Ele é formado por países da Europa e das Américas.