Por Brazilian Times
Publicada em 07/05/2021 às 16h28
Sofrendo pressão para ampliar a ajuda contra covid a outros países que sofrem com a pandemia, o governo do Presidente Joe Biden prometeu fornecer ao Brasil medicamentos para intubação no valor de US$ 20 milhões. A parceria está em discussão entre os dois governos, que também negociam a possibilidade de os EUA enviarem doses da vacina da AstraZeneca.
A ajuda com medicamentos foi informado pela porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.
"Esse apoio está sendo oferecido para compensar os surtos de abastecimento global e permitir que o Brasil receba medicamentos suficientes para atender às suas necessidades imediatas. O esforço está em andamento, ainda não foi finalizado, mas estamos trabalhando em parceria com o governo do Brasil", disse Psaki.
A Casa Branca tem sido questionada sobre a discrepância na oferta de ajuda a países que sofrem com a covid-19. Analistas e imprensa estrangeira destacaram na última semana o tratamento diferente dado a Brasil e Índia, por exemplo, com maior atenção por parte da Casa Branca à situação dos indianos.
Os EUA ofereceram à Índia sistemas de geração de oxigênio, além de equipamentos hospitalares como respiradores mecânicos e insumos para produção de vacina, em um acordo feito via telefone entre Biden e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Segundo a Casa Branca, foram entregues suprimentos no valor de US$ 100 milhões para a Índia enfrentar a crise sanitária, ou seja, 5 vezes mais do que a ajuda reservada ao Brasil. Biden e Bolsonaro nunca conversaram por telefone, apenas trocaram cartas desde a eleição do líder democrata.
Na terça-feira (4), o presidente dos EUA afirmou que o país está ajudando o Brasil e tem ajudado a Índia "significativamente". "Com relação à vacina da AstraZeneca que temos, enviamos ao Canadá e ao México e estamos falando com outros países", disse o Presidente.
"Não estou pronto para anunciar para quem enviaremos, mas teremos enviado 10% do que temos até 4 de julho para outras nações, incluindo algumas das que você mencionou", disse Biden, ao responder pergunta de jornalista que fez menção ao Brasil.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou na terça-feira que a "necessidade, e não a política", será levada em consideração no compartilhamento das vacinas e os países que "mais estão em perigo" devem receber mais doses.
Com 3 vacinas contra covid-19 atualmente disponíveis nos EUA (Moderna, Pfizer e Johnson & Johnson), o governo norte-americano considera que não precisará das doses da AstraZeneca. Diversos países requisitaram o excedente, entre eles o Brasil, que está em negociação com os EUA desde março.