Por Portugal Digital
Publicada em 10/05/2021 às 16h08
“Expressei ao Presidente Alberto Fernandez todo o apoio de Portugal neste tema da dívida. Vamos tentar sensibilizar o FMI para que, pelo menos durante esta crise, seja suspenso o spread. Isso será muito importante”, declarou António Costa em conferência de imprensa, em São Bento, tendo ao seu lado o chefe de Estado argentino.
Alberto Fernandez iniciou no domingo uma visita de Estado a Portugal, périplo que inclui deslocações a Espanha, França e Itália e em que a questão da renegociação da dívida da Argentina ao FMI é um dos pontos centrais.
Na conferência de imprensa, tendo ao seu lado o chefe de Estado argentino, António Costa começou por se referir às relações entre Portugal e o FMI no início da década passada, dizendo que “também teve momentos muito difíceis, sobretudo depois da crise das dívidas soberanas em 2011”.
“Em 2015, quando cheguei ao Governo, confrontei-me com o mesmo problema que tem atualmente a Argentina. Como o empréstimo era superior à quota que Portugal detinha no FMI, então estávamos a pagar uma taxa de juro com um spread muito significativo”, disse.
Nessa altura, de acordo com o líder do executivo português, não se conseguiu convencer o FMI “a libertar o país do pagamento desse spread”.
“Mas agora estamos numa situação muito particular. Esta crise da covid-19 é o momento para, pelo menos, haver uma suspensão do spread para ajudar os países que estão simultaneamente a enfrentar a necessidade de reduziram a sua dívida e de combater a covid-19”, sustentou.
Durante o encontro com António Costa, o presidente da Argentina pediu ainda a reabertura da ligação aérea entre Lisboa e Buenos Aires, a operar pela TAP e pela Líneas Aéreas Argentinas.