Por Gazeta Central
Publicada em 10/05/2021 às 13h19
Um grupo de voluntárias fundou um projeto denominado “Margaridas de Ouro Preto” para ajudar adolescentes e mulheres adultas em situação de vulnerabilidade sócio econômica. De acordo com a idealizadora do mencionado projeto social a enfermeira padrão Tânia Leal Moreira que atua no PSF Boa Esperança em Ouro Preto do Oeste, muitas dessas adolescentes e mulheres não possuem acesso a absorventes de higiene íntima e a iniciativa pretende arrecadar e doar o produto para elas.
De acordo com profissional da área de saúde, Tânia Moreira é de conhecimento do projeto que cerca de 23% das brasileiras entre 15 e 17 anos não têm condição financeira pra comprar absorventes. Por conta disso, uma das metas do projeto é fazer com que o assunto se torne uma pauta da higiene básica em Ouro Preto do Oeste e para tanto o prefeito Alex Testoni e sua equipe de trabalho já sinalizaram positivamente em abraçar a causa.
Tânia Moreira explicou que o projeto “Margaridas de Ouro Preto”, consiste em arrecadar absolventes para as adolescentes e mulheres em situação de vulnerabilidade sociail e econômica. Será desenvolvido no municipio de Ouro Preto do Oeste com a finalidade de combater a Pobreza Menstrual. Mesmo antes da pandemia muitas mulheres e adolescentes tinham dificuldade ao acesso de absorventes e produtos de higiene pessoal, e com o cenário atual a situação só tem piorado, tornando cada ciclo menstrual um desafio e preocupação. Tânia pontuou que a Organização Mundial de Sáude – OMS, estima que uma em cada dez meninas perdem aula quando estão menstruadas e reconheceu, em 2014, que o direito das mulheres à higiene menstrual é uma questão de saúde pública e direitos humanos. entretanto, em um país como o Brasil, onde, em 2019, 13,5 milhões de pessoas se encontravam abaixo da linha da pobreza, itens como o absorvente são considerados um luxo e não um direito.
As mulheres improvisam com pedaços de tecido, miolo de pão, jornal, meia e papel higiênico. Essa é a realidade da população que é privada de itens de higiene básica, a substituição do absorvente demanda criatividade na mesma proporção que causa impactos na saúde.
Conforme a ginecologista Fatima Oladejo, formada pelo Centro Universitário de Volta Redonda e pós graduada em Perícia Médica pela Universidade de São Paulo (USP), a falta de higiene menstrual pode causar contaminação bacteriana do sangue menstrual, que apesar de não ser sujo, está vulnerável a sofrer contaminação se exposto por muito tempo, como todo fluído corporal rico em nutriente.
“Foram confeccionadas caixas com a descrição do Projeto e colocadas nos locais: Faculdade Uneouro, Fármacia Mega Med, Fármacia Preço Baixo, Loja Atual Moda, Loja Aqui Agora, Babaçu Confecções, Box 12 Açai Mais Sabor nos Três Coqueiros, Hospitais São Lucas e Master Dei, Manas Boutique, Supermercado Tai Max, Marcado Baldacini, Studio Pilares Natália Rocha e UBS Boa Esperança, para que a população deixem suas doações. Uma vez por semana estaremos recolhendo esses absorventes e formaremos kits onde serão disponibilizados nas Unidades Básicas de Saúde e no Hospital Municipal Dra Laura Maria no qual ficarão a disposição da comunidade que necessita”, asseverou a enfermeira Tânia Leal Moreira que acrescentou - Esperamos com esse projeto que seja diminuido a pobreza menstrual das mulheres e adolescentes do nosso municipio e com isso promover o despertar das pessoas para essa questão que é de interesse de todos e um problema de saúde pública.
O prjeto “Margaridas de Ouro Preto”, tem o apoio da imprensa local.