Por Robson Oliveira
Publicada em 25/05/2021 às 15h55
RESENHA POLÍTICA ROBSON OLIVEIRA
RECIPROCIDADE
Embora exagere na defesa incondicional do governo na Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal que investiga eventuais condutas ilegais de autoridades públicas no enfrentamento do coronavírus, o senador rondoniense Marcos Rogério (DEM) o faz esperando a reciprocidade do presidente Jair Bolsonaro à sua postulação ao Governo de Rondônia em 2022.
CONVICÇÃO
A exposição de Marcos Rogério tem resultado em críticas da mídia nacional e nas redes sociais, em razão da lealdade “canina” ao presidente, o que não tem abalado a sua convicção de que em Rondônia o presidente Bolsonaro ainda é bem avaliado. O cenário político desenhado pelo senador hoje é real, visto que o eleitorado rondoniense em geral possui um perfil bolsonarista. Ocorre que, além do senador, o atual governador Marcos Rocha também disputa o apoio do presidente para a reeleição. Diz um adágio na política: quem tem dois candidatos ao mesmo cargo, não tem nenhum...
PASSEIO
Bolsonaro, assim como qualquer ocupante de um cargo político majoritário, monitora a tendência do eleitorado e deve estar informado de que as eleições do ano que vem não serão um passeio de moto com os convertidos.
GUERRA
As eleições 2022 estão se desenhando uma disputa entre os extremos e com um cenário desfavorável ao presidente – embora os convertidos zombem dos números. Lula é um opositor duro a ser batido, carismático e forjado em disputas presidenciais. Não é um noviço a ser subestimado. Vai ser uma guerra eleitoral e, os dois adversários (Lula e Bolsonaro), ao que parece, não fogem à luta. Os reflexos nacionais, nas eleições estaduais, terminam sendo devastadores. É um filme conhecido que exigirá de Marcos Rogério monitorar as pesquisas antes que seja surpreendido pelas circunstâncias, que em Rondônia sempre causam surpresas.
MEIO AMBIENTE
Esta coluna já havia alertado um mês atrás que as modificações legislativas aprovadas sobre o avanço nas áreas de preservação ambientais eram inconstitucionais e seriam questionadas nos tribunais. Há um alinhamento subserviente do Governo de Rondônia às políticas equivocadas do Governo Federal na questão ambiental.
ALERTA
O governador Marcos Rocha, no primeiro ano da administração, fez gravações dirigidas aos madeireiros avisando que a polícia ambiental do estado não iria reprimir supostas invasões nas reservas indígenas de Espigão do Oeste, embora houvesse na época uma operação. A legislação aprovada no legislativo estadual e que abre espaço para a depredação das nossas riquezas naturais tem as digitais do poder executivo. A liberação do garimpo no Rio Madeira também foi uma legislação ilegal que membros do governo de Rondônia comemoraram publicamente, uma comemoração que esconde na felicidade interesses não claros.
INFERNO
Nas últimas semanas o governador foi emparedado por fatos que tisnaram o principal eixo da campanha e é possível que continue a ser alvo de péssimas notícias em breve, revelando um inferno-astral que desmorona qualquer governo. Já há quem aposte que Marcos Rocha corre risco de ficar fora do segundo turno. Uma aposta arriscada em razão do tempo, mas é um sinal de que as coisas estão na chapa quente que tende a tostar a reeleição. Ou corrige os erros e muda o rumo da administração, ou repetirá o que ocorreu na capital na gestão do dr. Mauro.
VERSÃO
Apesar das denúncias formuladas por jornais nacionais sérios de que teria assinado emendas sob suspeitas para municípios do interior do Maranhão, algo em si gravíssimo, o deputado federal de Rondônia Léo Moraes (PODEMOS) nega peremptoriamente que tenha assinado algo nesse sentido. Por ser líder do Podemos na Câmara Federal, esclareceu que é possível que alguma emenda tenha sido encaminhada pela liderança, às vezes exercida pelos vice-líderes, uma formalidade congressual que não responsabiliza o parlamentar rondoniense com eventuais malfeitos dos colegas da bancada. Verificando os membros do Podemos na Câmara Federal, resta comprovado que existem deputado federais oriundos do Maranhão. E as digitais destas emendas destinadas aquele estado nordestino podem confirmar a versão do parlamentar de Rondônia.
SENADO
A coluna apurou com pessoas próximas ao deputado federal Léo Moraes que o projeto inicial é ser candidato ao Senado Federal, mesmo que publicamente estimule o seu entorno a divulgar uma possível candidatura a governador. É uma estratégia sob mesura já que as duas vagas para um eventual segundo turno estão em aberto, visto que o atual governador não vem correspondendo às funções. Todos que aspiram à vaga de governador estão de olho nas movimentações políticas e jurídicas do ex-governador Ivo Cassol (PP) e do senador Confúcio Moura (MDB), dois pesos pesados sempre lembrados em qualquer sondagem feita sobre 2022. E Léo aguarda uma definição destas movimentações para decidir o caminho a tomar, embora saiba que para a vaga senatorial também não será um passeio.
TITÃS
As oito vagas rondonienses para a Câmara Federal vão ser uma disputa também duríssima com nomes bem qualificados e que possuem uma certa capilaridade eleitoral. Jesualdo Pires, Valdir Raupp, Thiago Flores, Lúcio Mosquini, delegado Arismar Araújo, Jaqueline Cassol, Cristiane Lopes (PODEMOS), Coronel Crisóstomo, Lucas Folador (DEM), Expedito Neto (PSD), Mariana Carvalho (PSDB), João Durval (PP), Silvia Cristina (PDT), Breno Mendes (Avante), entre outros. Uma disputa de titãs.