Por Olhar Digital
Publicada em 13/05/2021 às 15h26
O Sindicato Nacional dos Médicos do Japão pediu ao governo japonês o cancelamento das Olimpíadas de Tóquio 2020, programadas para acontecer entre os dias 23 de julho e 8 de agosto. Segundo os profissionais, os jogos representam um grande risco ao país por conta de uma possível chegada e disseminação de novas variantes do vírus Sars-Cov-2 no país.
O documento foi enviado ao Ministério da Saúde do Japão e nele os médicos defendem que, mesmo sem público, com a chegada de atletas e profissionais de imprensa do mundo inteiro “não se pode descartar a possibilidade de trazer cepas de qualquer lugar”. Para eles, a possível entrada de novas variantes no país é “o maior problema atual” para o país em relação à pandemia.
“Para os atletas vai ser difícil, mas alguém tem que pedir o cancelamento dos Jogos. Por isso, pedimos isto”, disse o representante do sindicato, Naoto Ueyama, em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira (13). Segundo o portal UOL, o Japão está na quarta onda da Covid-19 e precisou estender o Estado de Emergência até 31 de maio em determinadas localidades, incluindo Tóquio.
Petição online
Além dos médicos, a população do Japão também está com o pé atrás em relação à realização das Olimpíadas no país. Na última semana, uma petição online ganhou força no país. Denominada como “Impeçam a Olimpíada de Tóquio no Japão”, a petição já ultrapassou a meta inicial de assinaturas, que era de 200 mil.
Além disso, pesquisas de opinião realizadas entre os japoneses indicaram que a maior parte da população é contrária à realização do evento. Até o momento, pouco mais de 1% dos habitantes do Japão foram vacinados contra a Covid-19. Segundo especialistas, o atraso se deve à demora na aprovação dos imunizantes, o que fez com que parte dos japoneses rejeitassem a vacina.
Inicialmente, os Jogos Olímpicos de Tóquio deveriam acontecer no meio do ano passado, mas por conta do estado da pandemia no mundo naquela ocasião, o evento acabou sendo adiado em um ano. Agora, ainda existe o temor de que os protocolos propostos pelo Comitê Olímpico Internacional não sejam eficazes para conter a doença.