Por Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 12/06/2021 às 10h37
Desde a implantação das urnas eletrônicas no Brasil, fabricadas pela empresa brasileira Omnitech Serviços, Tecnologia e Marketing entre 1995 e 1996, que o Brasil utiliza a tecnologia aperfeiçoada em 1997, que as eleições brasileiras ganharam maior celeridade na votação e apuração dos votos. Em 2000 as urnas eletrônicas já estavam em todos os estados brasileiros.
Com a chegada da tecnologia os políticos tiveram que se reinventarem, pois até as campanhas políticas tiveram que se adequar à realidade da informática. E desde então, as pesquisas para “consumo interno”, como se diz nos bastidores da política, aquela que não é divulgada ganharam maior notoriedade e importância no processo político-eleitoral. Hoje é impossível participar de uma eleição sem o apoio das pesquisas.
Quem acompanha o processo eleitoral em Rondônia, com vistas às Eleições 2022, quando serão eleitos o presidente da República, governadores e seus respectivos vices; uma das três vagas de cada Estado e do Distrito Federal para o Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas (Ale), nota que os grupos políticos estão pesquisando, mesmo com as eleições distantes, pois serão realizadas somente daqui a 16 meses.
Pesquisar é necessário para se saber quem de cada grupo político tem condições de disputar o governo do Estado, a vaga ao Senado e as oito vagas na Câmara Federal e as 24 da Ale. Vários nomes de ponta já estão sendo citados como prováveis candidatos a governador e os partidos políticos pesquisam, para saber quem realmente tem maior poderio de voto junto ao eleitorado.
O “Grupão” que está sendo formatado por políticos e lideranças de outros segmentos, que trabalham a candidatura do ex-deputado estadual e ex-presidente da Ale, Maurão de Carvalho (MDB) a governador tem pesquisado para saber de a capacidade de voto do ex-parlamentar, que disputou o governo do Estado em 2018 e não foi para o segundo turno pela diferença de 10.001 votos, entre ele e o segundo colocado, Marcos Rocha, na época no PSL, hoje sem partido, que acabou se elegendo governador superando o ex-senador Expedito Júnior (PSDB), que venceu o primeiro turno.
Os ex-deputados federais Nilton Capixaba (PTB), da região polarizada por Cacoal e Natan Donadon, de Vilhena e o ex-deputado estadual Celso Popó, de Santa Luzia, além do líder religioso pastor Sebastião Valadares trabalham a candidatura de Maurão a governador e a consolidação político-partidária. Eles integram o “Grupão”, que tem Maurão de Carvalho como candidato a governador. Estão trabalhando para isso e as pesquisas são mais que necessárias.
O MDB também busca um nome para concorrer a governador. O mais provável e com condições de sucesso é do senador Confúcio Moura, que já governou o Estado durante dois mandatos seguidos, antes de eleger-se ao Senado em 2018. Confúcio é quem manda no MDB de Rondônia e não abre mão de números em mãos. É amante da tecnologia e pesquisar é um hábito permanente do senador. Hoje o nome em melhores condições de concorrer ao governo é o de Confúcio. Ele nega que disputará o governo.
O presidente regional do PDT, senador Acir Gurgacz também gosta de trabalhar com pesquisas. Dificilmente terá condições de concorrer nas eleições do próximo ano, porque está inelegível. Acir sempre teve como meta na sua carreira política governar Rondônia e 2022, seria o momento ideal, mas certamente não terá como registrar sua candidatura.
O PDT também tem o ex-vice-governador Airton Gurgacz, que foi deputado estadual como nome de ponta no partido para concorrer a governador, mas dificilmente deixará de disputar à Ale, onde tem muitas chances de se eleger, pelo trabalho deixado na sua passagem pela Casa do Povo.
O PSDB tem a pesquisa como referência. O ex-senador Expedito Júnior, que deverá concorrer a única vaga ao Senado é ciente, que o partido tem o prefeito-reeleito de Porto Velho, Hildon Chaves como nome expressivo para disputar a sucessão estadual. Hildon já esteve mais bem-conceituado junto ao eleitorado e a prova foi sua reeleição em 2020. Foram necessários dois turnos, mas venceu ambos de forma taxativa, sem sustos. Vem crescendo novamente junto à opinião pública pelo seu trabalho na área de saneamento básico (asfalto, galerias pluviais, etc.).
Há comentários que Júnior deixaria o partido tucano, que ele já presidiu durante anos no Estado e hoje é comandado pela deputada federal Mariana Carvalho. Ele teria compromisso em apoiar o senador Marcos Rogério, presidente do DEM em Rondônia, que disputará o governo do Estado em 2022. Rogério, mesmo sendo de partido contrário deu todo o apoio político a Júnior, que disputou o governo do Estado em 2018. Júnior perdeu no segundo turno para Marcos Rocha, mas ficou a dívida de gratidão.
O futuro político de Expedito Júnior dependerá das pesquisas que estão sendo realizadas. Caso deixe o PSDB o caminho é o PSD, presidido no Estado pelo deputado federal Expedito Netto, seu filho.
O ex-governador Daniel Pereira, presidente do Solidariedade em Rondônia, hoje superintendente do Sebrae-RO não pode ficar de fora da lista dos nomes em condições de governar Rondônia a partir de 2023. Daniel é um vencedor na política e estratégico. Ele vem organizando o Solidariedade no Estado visando as eleições do próximo ano e garante, que não concorrerá a governador. Caso entre na disputa direta seria para o Senado. Até às convenções as pesquisas internas indicarão qual o caminho a seguir em 2022.
O PT, que está se recompondo em Rondônia sempre foi e continua sendo organizado. Hoje o advogado Ramon Cujuí, que concorreu a prefeito de Porto Velho em 2020 é um dos nomes do partido para as eleições a governador. O partido sempre utilizou as pesquisas internas para definir ações. O PT em breve ficará sem o único deputado estadual, Lazinho da Fetagro, que está deixando a sigla, o mesmo ocorrendo com o ex-prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho, que já se desligou, mas está com a ex-senadora Fátima Cleide retornando à ativa.
A disputa pelo governo do Estado e à vaga ao Senado no PT ficará entre Cujuí e Fátima, mas pesquisa interna decidirá como será distribuída a missão para as eleições de 2022, já que o ex-presidente Lula deverá concorrer e, mais do que nunca precisará da militância na luta para derrubar o presidente Jair Bolsonaro, hoje sem partido.
Não há como ignorar o ex-governador Ivo Cassol, do PP, que hoje está inelegível. Como há uma liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) seus advogados garantem que ele terá condições legais. Cassol já foi prefeito de Rolim em duas oportunidades, governador em dois mandatos seguidos e senador. Tem amplo trânsito junto ao eleitorado do interior e, caso consiga a elegibilidade será o adversário a ser vencido nas eleições do próximo ano, ao governo do Estado.
O governador Marcos Rocha (Sem Partido) trabalha a reeleição. Apesar de as dificuldades em administrar neste período de pandemia, vem formatando parcerias com os municípios para desenvolvimento dos projetos como o “Tchau Poeira” e “Governo na Cidade”, ambos de enorme impacto social. Não pode ser ignorado na sucessão estadual do próximo ano.