Por Notícia ao Minuto - Portugal
Publicada em 18/06/2021 às 15h46
A Autoridade Palestiniana argumentou que as doses, que Israel começou hoje a enviar para a Cisjordânia ocupada, estão perto de expirar.
Nas redes sociais, os responsáveis palestinianos receberam fortes críticas depois de o acordo ter sido anunciado, em que se sublinhou que aceitaram "vacinas com uma qualidade abaixo da média", razão pela qual, argumentam, "podem não ser eficazes".
Ao anunciar hoje o acordo, Israel disse que as vacinas "expirarão em breve", sem especificar a data.
Israel terminou com as restrições ligadas à pandemia de covid-19 após realizar uma vasta campanha de vacinação, mas enfrentou críticas por não partilhar as vacinas com os 4,5 milhões de palestinianos que vivem na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza.
"Israel assinou um acordo com a Autoridade Palestiniana e fornecerá cerca de um milhão de doses de vacinas Pfizer quase a expirar e receberá, em troca, as doses que a companhia Pfizer deveria enviar à Autoridade Palestiniana", afirmaram o gabinete do primeiro-ministro e os Ministérios da Defesa e da Saúde num comunicado conjunto.
Segundo o comunicado israelita, o Estado hebreu receberá a mesma quantidade de doses da Pfizer nos meses de setembro/outubro de 2021 por conta do que estava destinado à Autoridade Palestiniana.
"Este acordo foi possível após ter sido constatado que o 'stock' de vacinas que Israel possui responde às suas necessidades atuais", explica.
Graças a uma campanha de vacinação em massa lançada no final de dezembro de 2020, no âmbito de um acordo com a farmacêutica Pfizer, cerca de 55% da população israelita, ou seja, mais de 5,1 milhões de pessoas, já recebeu as duas doses da vacina anti-covid.
Do lado palestiniano, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, apenas 260.713 pessoas receberam as duas doses da vacina, segundo o Ministério da Saúde da Autoridade Palestiniana.
Na quarta-feira foram registados 170 casos do novo coronavírus nos territórios palestinianos, fazendo aumentar para mais de 312.000 o balanço total de infetados desde o início da pandemia, incluindo 3.540 mortes, de acordo com a mesma fonte.
Em Israel, foram registados 25 casos nas últimas 24 horas, segundo as autoridades de saúde, que contabilizam desde o início da pandemia cerca de 840.000 infetados, entre os quais 6.420 mortos.
A pandemia de covid-19 já provocou, pelo menos, 3.844.390 mortos no mundo, resultantes de mais de 177,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.