Por Eranildo Costa Luna
Publicada em 22/06/2021 às 14h43
O presidente da Assembleia Legislativa, Alex Redano (Reublicanos), comandou uma reunião no final da manhã desta terça-feira (22), com produtores rurais de área em litígio em Cujubim, representantes da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e policiais rodoviários federais, em busca de solução para as questões de regularização fundiária e para a liberação no trânsito na BR-364, parcialmente fechada por esse produtores.
"Abrimos esse canal de diálogo, ouvindo as reivindicações desses produtores. Não é uma questão simples de resolver, pois há ação no âmbito judicial e sabemos da complexidade e do envolvimento de diferentes atores nesse processo", explicou Redano.
Os deputados Adelino Follador (DEM) e José Lebrão (MDB) participaram da reunião e também manifestaram suas posições. "Realmente, como há uma ação judicial, fica uma situação difícil desses produtores, que alegam ser donos legítimos de lotes, inclusive titulados pelo Incra", ponderou Lebrão.
Follador sugeriu que os deputados provoquem o Governo a tomar uma posição, antes que seja proferida a sentença judicial, que pode ser de despejo das cerca de 70 famílias que residem na área, que fica no entorno da reserva Soldado da Borracha, na área da reserva do Jacundá, em Cujubim. "É muito complexo, de fato. Mas, temos que provocar o Governo a tomar alguma medida, para proteger quem trabalha e produz", explicou.
Liberação da BR
O PRF Andrei Milton pediu que as lideranças do movimento, que fechou BR-364 à altura do Trevo de acesso a Cujubim, façam a liberação da via. "O necessário seria não haver o bloqueio. Mas, que possa ser feita uma flexibilização, com um intervalo maior de liberação da passagens de veículos, pois já se formam filas nos dois sentidos da rodovia e isso prejudica muitas pessoas".
Alex Redano reforçou o pedido para que a rodovia fique um intervalo maior de tempo liberada, para que o fluxo possa ser liberado, permitindo que o protesto seja visto, mas que os motoristas tenham a passagem agilizada.
Reserva
Os produtores alegam que as cerca de 70 famílias que ocupam a área, são vítimas de erro do próprio Governo, que criou a reserva em 1996, sem respeitar que a área já dispunha de registro e titulação junto ao Incra.
"Criou-se uma área de reserva, numa área legalizada pelo Incra. Na época, não tinha famílias na área, mas elas foram ocupando, abrindo estradas e hoje tudo o que elas têm, está lá. O Estado errou em criar a reserva e em deixar a ocupação da área, lá atrás. Agora, sofremos com a ameaça de despejo dos nossos lotes, onde pequenos produtores tiram o seu sustento", explicou um produtor, que pediu para não ser identificado.
Foto: Alex Ribeiro