Por Globoesporte.com
Publicada em 09/06/2021 às 11h20
A líbero Sanja Djurdevic, da Sérvia, acusada de racismo contra a jogadora Pleumjit Thinkaow, da Tailândia, foi suspensa por dois jogos na Liga das Nações. Durante a partida entre as duas seleções, na última semana, ela zombou de um erro da rival e puxou os olhos com os dedos. O gesto, uma tentativa de imitar os traços orientais, é encarado como racismo e foi criticado nas redes sociais. A FIVB, após reunião do Subcomitê Disciplinar, anunciou a punição.
Sanja já não atua nesta terça-feira, contra a Bélgica, e também ficará fora do duelo contra o Canadá, no dia 12 de junho. Além disso, a Federação Sérvia foi multada em 20 mil francos suíços, cerca de R$ 111 mil. O valor será doado a uma instituição que se dedique a combater a discriminação ou para ajudar a financiar projetos educacionais.
- Tendo em vista a natureza da infração em competição, o processo foi conduzido de forma expedita. O Subcomitê do Painel Disciplinar da FIVB reserva-se ao direito de reabrir os procedimentos se o jogador não cumprir sua sanção. A sanção é final. A FIVB está empenhada em promover a compreensão, solidariedade e unidade contra todas as formas de comportamento discriminatório. A FIVB continuará a trabalhar incansavelmente com todas as suas Federações Nacionais para garantir que esses valores sejam refletidos em toda a comunidade - disse a nota divulgada pela FIVB.
Após a partida entre as duas seleções, que terminou em vitória da Sérvia por 3 sets a 0, a jogadora se desculpou, assim como a federação de vôlei do país. Segundo nota oficial, Sanja não teve a intenção de atacar as rivais.
- Pedimos sinceras desculpas à equipe da Tailândia, ao povo da Tailândia e a todos os afetados por isso. Mas, por favor, não exagere! Sanja está ciente de seu erro e imediatamente pediu desculpas a toda a equipe da Tailândia. Ela só queria mostrar às suas companheiras: “Vamos começar a jogar na defesa como eles agora”. Ela não quis desrespeitar. Claro, foi lamentável. Mas foi um simples mal-entendido, e tudo terminou em um clima amistoso entre as jogadoras das duas equipes – disse a nota.
Sanja, após o jogo, foi ao vestiário da Tailândia para pedir desculpas. Alvo do gesto, Pleumjit Thinkaow disse ter aceitado as desculpas da rival.
- Djurdevic veio até nosso vestiário. Ela disse que estava muito estressada e que não tinha a intenção de nos ofender. Por favor, perdoem ela – afirmou.
A Tailândia recebeu o apoio de outras equipes. Em seu perfil oficial, a seleção dos Estados Unidos se posicionou contra o racismo.
- Estamos muito desapontadas ao ver o comportamento depreciativo direcionado ao time tailandês. É uma oportunidade para todos os competidores, fãs e toda a comunidade de vôlei para criar um local seguro para competir – diz a publicação dos EUA, que encerra com uma hashtag com a afirmação “parem com o ódio aos asiáticos”.
Em 2019, o mesmo gesto causou polêmica. Após garantir vaga para as Olimpíadas de Tóquio, a seleção masculina da Argentina festejou puxando os olhos. Os jogadores foram muito criticados e pediram desculpas. À época, a FIVB pediu explicações, mas não tomou nenhuma outra medida.