Por AFP
Publicada em 24/07/2021 às 08h59
Um ex-comandante-em-chefe do Exército da Bolívia foi colocado em prisão preventiva nesta sexta-feira, devido aos confrontos entre civis e militares após a renúncia de Evo Morales à presidência, em 2019, informou seu advogado.
O general Iván Inchauste, chefe do Exército entre o fim de 2019 e o começo de 2020, irá cumprir seis meses de prisão preventiva, após uma audiência judicial, informou seu advogado René Villarroel, segundo o qual a promotoria o acusa pelos crimes de "homicídio e lesões graves".
O ex-comandante é investigado pelos confrontos violentos de 19 de novembro de 2019 em frente à empresa de gás Senkata, na cidade de El Alto, que deixaram 10 mortos e 31 feridos. Dias depois, outros episódios de violência, no povoado de Sacaba, deixaram nove civis mortos.
Os incidentes deixaram 35 mortos no total, segundo investigação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Eles tiveram início com protestos de opositores de Morales (2006-2019) que denunciavam a ocorrência de fraude nas eleições de outubro de 2019, em que ele buscava o quarto mandato.
Outro comandante do Estado-Maior das Forças Armadas, o general Pablo Arturo Guerra, também foi preso hoje pelo caso Senkata.
Dez militares são acusados pela violência social do fim de 2019. Oito deles estão presos e dois são procurados. O governismo afirma que Morales foi vítima de um golpe de Estado.