Por Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 03/07/2021 às 10h27
A mobilização política em Rondônia visando as eleições gerais do próximo ano, quando serão eleitos presidente da República, governadores, deputados federais e deputados estaduais é grande. Estamos a pouco mais de 15 meses do processo eleitoral, que só não elegerá prefeitos e vereadores e já é possível notar articulações, porque teremos eleições diferenciadas, sem as coligações.
Os políticos de maior popularidade e líderes, como Ivo Cassol (PP), Lúcio Mosquini (MDB), Ramon Cujuí (PT), Expedito Júnior (PSDB), Acir Gurgacz (PDT), Nilton Capixaba (PTB), Marcos Rogério (DEM), Daniel Pereira (Solidariedade), Jair Montes (Avante), Expedito Netto (PSD), Lindomar Garçon (Republicanos) e deputado estadual Luizinho Goebel (PV) estão mobilizados em formatar parcerias. Se não há coligações, a parceria ajuda. Se não há somatória de votos com coligações, a parceria entre candidatos a deputado (federal e estadual) fortalece os partidos aliados.
O retorno das coligações não está descartado, pois estamos no Brasil. Regras eleitorais são aplicadas de acordo com a conveniência de quem está no poder e há sim, possibilidades de alterações, mudanças. Estamos em julho e, até um ano antes das eleições mudanças poderão ocorrer no processo eleitoral, inclusive a volta das coligações.
Dentro do contexto atual não estão valendo as coligações, mas as parcerias são importantes. Um exemplo é a formação do “Grupão”, que visa apoar a candidatura do ex-deputado e ex-presidente da Ale, Maurão de Carvalho (MDB). Composto pelo ex-deputado federal Natan Donadon, de Vilhena, de família boa de voto no Cone Sul. O “Grupão”, além de Donadon tem o ex-deputado federal Nilton Capixaba, do PTB de Cacoal, o líder evangélico Sebastião Valadares, o ex-deputado estadual Celso Popó e deputado estadual Adelino Follador (DEM-Ariquemes).
O ex-senador Expedito Júnior, do PSDB também trabalha para compor um grupo forte para concorrer, aos mais diversos cargos públicos que estarão na disputa. Caso se mantenha no PSDB, presidido pela deputada federal Mariana Carvalho, a tendência é compor com o PSD, presidido no Estado pelo seu filho, deputado federal Expedito Netto e o DEM, que tem como presidente regional o senador Marcos Rogério.
A proximidade de Expedito com Marcos Rogério, que busca consolidar uma candidatura a governador em 2022, vem desde eleições anteriores, como em 2018, quando Júnior teve o apoio de Rogério no segundo turno na disputa pelo governo do Estado, que teve como vencedor o atual governador, Marcos Rocha (Sem Partido).
Júnior tem como objetivo disputar a vaga ao Senado e uma composição com Marcos Rogério é da maior importância. O DEM também tem o deputado estadual de Ariquemes, Adelino Follador, um campeão de votos na sua região.
O senador Acir Gurgacz, presidente do PDT em Rondônia dificilmente estará elegível para as eleições do próximo ano. Seu mandato terminará em 2022 e, ele sempre teve como objetivo maior governar Rondônia. Tentou em duas oportunidades (2002 e 2018), mas não conseguiu.
O mais provável é que Acir faça uma parceria com o ex-governador Daniel Pereira, que preside o Solidariedade em Rondônia. Daniel sempre foi parceiro de Acir, abriu mão de uma reeleição a governador em 2018, para apoiar o amigo, que acabou não conseguindo registar a candidatura. Daniel pretende disputar a vaga ao Senado e reúne condições eleitorais para isso. É articulador e tem uma boa folha de bons serviços prestados a Rondônia como deputado estadual, vice-governador e governador.
O ex (prefeito, governador e senador) Ivo Cassol, do PP é mais um nome de ponta para a sucessão estadual de outubro do próximo ano. Cassol é bom de voto, fala a linguagem do povo e tem enorme popularidade no interior do Estado. O PP é presidido em Rondônia pela irmã de Cassol, Jaqueline, que deverá concorrer ao Senado, caso Ivo consiga a elegibilidade para 2022. Mas não está descartada para Jaqueline a reeleição, missão bem menos difícil que o Senado.
O deputado estadual Luizinho Goebel (PV-Vilhena) comanda o partido no Estado. Ele é líder do governo na Assembleia Legislativa e publicamente, ainda, não disse com quem estará “fechado” politicamente em 2022. Seu sogro, Evandro Padovani, secretário de Agricultura (Seagri) de Rondônia é suplente de deputado federal e assumiu recentemente a presidência do PSL no Estado.
Um dos primeiros atos de Padovani foi convidar publicamente o governador Marcos Rocha (Sem Partido), que concorrerá à reeleição e foi eleito em 2018 pelo PSL a se filiar ao partido. Uma composição do PV com o PSL seria um passo muito importante para as pretensões políticos dos grupos para as eleições de 2022. Luizinho está no quarto mandato, seu candidato Eduardo Japonês (PV) se reelegeu prefeito de Vilhena sem dificuldades em 2020, mesmo enfrentando a Família Donadon, e com plenas condições de mais uma reeleição ao parlamento estadual. Luizinho é hoje uma das mais importantes lideranças políticas do Estado e, uma parceria com o seu grupo significa muito numa eleição.
O Republicanos presidido no Estado pelo ex-deputado federal Lindomar Garçon deverá fechar questão com o governador Marcos Rocha. A maior expressão do partido, o presidente da Ale, Alex Redano, de Ariquemes é parceiro de Rocha e seu apoio será fundamental no processo de reeleição do governador. Redano é o político em plena ascensão e com futuro político aberto para alcançar degraus mais altos na política.
Como as eleições, ainda, estão distantes, mudanças deverão ocorrer durante a formatação das parcerias entre os mais diversos partidos políticos. Mas é importante alertar, que sigla partidária que não alcançar o quociente eleitoral, inclusive partidos fortes, não conseguirão eleger candidatos.
Se antes o político “bom de voto” era rejeitado pela maioria dos demais candidatos, em razão da coligação, que favorecia os nomes com maior poder de voto e os demais serviam, apenas como “alavanca”, sem coligar, hoje tudo mudou. O bom de voto é fundamental para garantir o quociente, que é o “calcanhar Aquiles” da maioria dos partidos políticos, inclusive de algumas siglas consideradas de elite para as Eleições 2022.