Por Wania Ressutti/Secom
Publicada em 02/07/2021 às 12h16
O Governo de Rondônia, por meio da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater), e a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) retomam o compromisso de cooperação para melhoramento genético do rebanho bovino de Rondônia. A proposta visa ampliar o atendimento ao produtor rural da Agricultura Familiar oportunizando a reprodução de animais geneticamente melhorados, aumentado a qualidade do rebanho tanto leiteiro quanto o gado de corte. A retomada das atividades foi discutida entre representantes da Emater, ABCZ e Emater-MG, nesta última quarta-feira (30).
O termo de cooperação entre a Emater e a ABCZ foi firmado em 2019, porém, com a chegada da pandemia (covid-19), as atividades foram paralisadas em 2020. Com o retorno das atividades presenciais autorizadas pelo decreto n.º 26.134, de 17 de junho de 2021, as entidades parceiras decidiram dar continuidade ao trabalho que foi iniciado com a capacitação de 150 extensionistas em técnica de melhoramento genético do rebanho de corte.
A reunião realizada virtualmente na quarta-feira discutiu a importância dessa parceria para o melhoramento do rebanho brasileiro e contou com a participação do diretor presidente da Emater, Luciano Brandão, acompanhado do diretor técnico e de planejamento da autarquia, Anderson Kühl, do presidente da ABCZ, Rivaldo Machado Borges, acompanhado de seu gerente de melhoramento genético, Lauro Fraga, e do ex diretor-presidente da Emater-MG, atual gerente regional da unidade de Uberaba, Gustavo Laterza, onde a experiência vem sendo exitosa.
Gustavo contou que, no período de 15 anos, Minas Gerais obteve um melhoramento genético significativo em seu rebanho, além de melhorar a renda do produtor rural. “É um projeto social porque evita o êxodo rural e, quando o produtor leva qualidade para dentro da propriedade, a renda é outra”. O presidente da ABCZ, Rivaldo Machado, diz que a ideia é difundir a tecnologia para todos. “O interesse é pensar na pecuária como um todo para obter um melhoramento em nível nacional e agregar valor”.
Luciano Brandão explica que a parceria entre a Emater e a ABCZ surgiu da necessidade de atendimento à propriedade rural familiar em atividades que antes a autarquia não atendia. “Já tínhamos um diagnóstico de que o produtor rural, além do rebanho leiteiro, vinha mantendo sempre um número pequeno de bezerros de corte com a finalidade de aumentar a sua renda, porém a Emater não prestava assistência a esses animais, porque entendia-se que não fazia parte das atividades voltadas para a agricultura familiar e, com o nosso sistema de gerenciamento de Ater (assistência técnica e extensão rural), nós mostramos que era necessário prestar esse atendimento, também”.
O diretor Anderson complementa que, baseado na renda bruta, a atividade de corte é a segunda maior atividade nas propriedades de agricultura familiar. “Nós fizemos um levantamento onde detectamos que 48,9% das propriedades assistidas pela Emater têm o rebanho leiteiro como principal atividade. Pouco mais da metade disso, ou seja, 25,4% das propriedades assistidas contam com gado de corte em suas propriedades, enquanto nos 25,7% restantes a atividade principal está dividida entre cafeicultura, piscicultura, agroindústria e demais culturas”. Os detalhes desse gráfico podem ser analisados na página Ater em Resultados/Renda Bruta, no site da Emater.
PRO-GENÉTICA
O Programa de Melhoria da Qualidade Genética do Rebanho Bovino (Pró-Genética), idealizado pela ABCZ, visa proporcionar uma modernização no atendimento e incentivar o melhoramento genético tanto no gado de corte como no rebanho leiteiro nas pequenas propriedades rurais. Os cursos iniciados em 2019 capacitaram os extensionistas da Emater nivelando informações para, posteriormente, repassá-las aos produtores rurais de pequenas propriedades.
Outra proposta que foi levantada durante as discussões é a realização de leilões e feiras, onde o produtor rural terá a oportunidade de conhecer o programa, tirar as suas dúvidas. “80% da comercialização desses animais são em feiras”, disse o presidente da ABCZ, explicando que é onde o pequeno produtor rural fica mais à vontade para conversar diretamente com quem pretende negociar.
Luciano lembrou a Agrolab Amazônica, afirmando ser essa uma das maiores feiras do agronegócio virtual realizada em parceria entre o Governo de Rondônia e o Sebrae e que pode vir a ser mais um canal para a realização do leilão. “A pandemia atrasou um pouco a ação, mas estamos retomando as atividades presenciais, o que vai permitir a realização de eventos com até 150 pessoas e retorno dos leilões”.