Por Richard Neves/Secom
Publicada em 06/07/2021 às 09h43
O município de São Miguel do Guaporé, distante 540 quilômetros de Porto Velho, localizado no Centro-Oeste de Rondônia, surgiu do povo assentado nas proximidades do rio São Miguel, por colonos vindo, principalmente dos municípios de Rolim de Moura e Presidente Médici.
O núcleo populacional desenvolveu-se rapidamente como polo agrícola e pecuário, localizado na Chapada dos Parecis, entre as áreas de influência da BR-364 e do Vale do Guaporé. Por seu crescimento demográfico e econômico, foi elevado à categoria de município, desmembrando-se do município de Costa Marques.
A história do município foi iniciada em 16 de junho de 1984, quando várias pessoas se reuniram com o executor do projeto de colonização Bom Princípio, João Bosco, para tratativas da criação de um patrimônio, localizado às margens da BR-429, que liga Costa Marques à BR-364.
Na época, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), doou 350 hectares de área, para a formação do novo patrimônio, localizado à altura do quilômetro 125. O nome São Miguel surgiu por conta da existência do rio que leva o mesmo nome, ficando próximo ao local e de acordo com informações dos habitantes, por causa disso, o lugar passou a ser chamado de São Miguel do Oeste.
EMANCIPAÇÃO
A população já sonhava com a independência do município, quando uma nova reunião aconteceu no dia 6 de outubro de 1987, entre as lideranças do lugarejo, que contou com a participação do delegado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Gerino Alves, para decidir os limites do futuro município e daí, escolhido o nome.
Na reunião, Gerino Alves declarou que o nome São Miguel do Oeste não poderia ser usado, pois além da lei não permitir criação de nova unidade político-administrativa com a mesma denominação, havia outro município com a mesma nomenclatura.
O delegado do IBGE sugeriu que fosse usado a expressão “Guaporé”, pois o rio São Miguel era um dos mais importantes afluentes do rio Guaporé. A sugestão foi aceita e o processo de emancipação passou a ser tramitado na Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE), com o nome de São Miguel do Guaporé.
CRIAÇÃO
Em 6 de julho de 1988, São Miguel do Guaporé foi elevado à categoria de município, por meio da Lei nº 206, assinada pelo então governador de Rondônia Jerônimo Garcia de Santana, com a área desmembrada de Costa Marques, sendo revogada a Lei nº 200, de 7 de junho de 1978. A instalação do município ocorreu em 31 de dezembro de 1988.
Na fase inicial, para administrar São Miguel do Guaporé, o governador Jerônimo Santana nomeou, Antônio da Silva para o cargo de prefeito provisório. O primeiro prefeito do município foi o doutor Paulo Nóbrega, além dos primeiros vereadores, que também receberam posse. Atualmente, o prefeito de São Miguel do Guaporé, é Cornélio Duarte de Carvalho, que está pela segunda vez à frente da gestão do município.
Sendo desmembrado de Costa Marques, São Miguel do Guaporé tem um distrito denominado de Santana do Guaporé, distante 26 quilômetros da cidade, sendo criado por meio da Lei nº 142, de 25 de fevereiro de 1993. A localidade faz divisa com os municípios de Alvorada do Oeste, Mirante da Serra, Governador Jorge Teixeira, Costa Marques, Alta Floresta d’Oeste, Nova Brasilândia d’Oeste, Guajará-Mirim e Seringueiras.
ECONOMIA
Atualmente, São Miguel do Guaporé é o município mais importante na região do Vale do Guaporé na produção de leite, café e grãos, que expande com a produção de arroz, soja e milho. A cidade é impulsionada por uma indústria frigorífica, onde são fornecidos mais de mil empregos diretos e indiretos.
O município possui uma área de 7.460,117 quilômetros quadrados (km²) e conforme dados do IBGE de 2020, tem população estimada em 23.077 habitantes. Segundo o Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União (CGU), foram recebidos R$ 13,88 milhões em recursos federais para investimentos.
ESTATÍSTICA
PIB per capita: R$ 31.025,71 (2018);
IDH: 0,646 (2010).