Por Rondoniadinamica
Publicada em 10/07/2021 às 10h10
Porto Velho, RO – Nesta senda de colisões infligidas a partir de 2013 no Brasil, direita e esquerda passaram a ter definições muito bem sacramentadas entre opostos.
O esquerdista sabe exatamente o que é um homem de direita; o direitista, por sua vez, também pormenoriza o adversário da maneira que lhe apraz.
É dicotômico. Binário. Pretensamente maniqueísta.
E dentro desses espectros, como subtipos, há cisões sem senso de pertencimento, como quando, por exemplo, um progressismo mais acentuado por vezes rechaça a figura de Ciro Gomes, do PDT, ou, na outra ponta, qualquer direita que não seja Jair Bolsonaro, atual presidente da República, é rapidamente tachada de comunista disfarçada.
Para hordas gritantes do mundo cibernético, muito incômodas, diga-se de passagem, porque vezes aliadas a mensagens em massa reverberadas por robôs, é inadmissível conceber a famigerada terceira via.
Existe uma necessidade de se falar sobre Lula e Bolsonaro, Bolsonaro e Lula, fingindo que a dupla, embora cada um no seu polo, seja a única plausível para 2022.
É lá e cá. É cá e lá.
Pelas manifestações nas redes sociais, especialmente no Facebook, isto a despeito de mais enfraquecidas do que em 2018 e períodos anteriores às últimas eleições presidenciais, Rondônia certamente ainda se mostra como uma das ilhas finais – senão a última –, do bolsonarismo desenfreado. Daquele doentio, cego, oligofrênico, passional e desproporcional.
É preciso relembrar que a força popular do mandatário do Planalto carregou consigo nomes desconhecidos até então no cenário regional.
O próprio Coronel Marcos Rocha, sem partido, é um deles (seu vice José Atílio Salazar Martins, o Zé Jodan, está no pacote); e há ainda os deputados Coronel Chrisóstomo, federal, do PSL, e Eyder Brasil, estadual, idem.
Quase lançou Jaime Bagattoli em um dos assentos rondonienses no Senado Federal, mas o pecuarista ainda ficou atrás de Confúcio Moura, do MDB, apesar dos seus mais de 212 mil votos.
As grandes perguntas que ficam para o próximo pleito são: o que restará daquela força brutal após quatro anos de gestão? Como essas figuras eleitas poderão atuar a fim de se sobressaírem às sombras do morador do Alvorada?
E a situação de Marcos Rogério, do DEM, membro da tropa de choque governista na CPI da Pandemia, será que pode contar com o apoio incondicional do presidente caso pretensa rumar em direção ao Palácio Rio Madeira?
E o atual regente da Administração Pública estadual, Marcos Rocha, xará de Rogério, não temerá ser deixado para trás pelo aliado militar enquanto o congressista rondoniense arrasta as asinhas para o lado do chefe da União?
Teremos escolhas mais pulverizadas? A esquerda tem chance de ocupar novamente os espaços de Poder regionalmente falando?
Por que não se fala em terceira via nas Terras de Rondon?
Mas alguns cidadãos de Rondônia, aparentemente imunes aos fatos, ainda podem ressignificar o apoio ao presidente nas urnas quando forem votar ano que vem.
Logo, todas as perguntas acima são importantíssimas para que as peças no tabuleiro conheçam suas reais chances de manterem as rédeas das conquistas já galgadas ou assumirem postos no lugar dos que não deram certo.
Por isso é trabalho prático, real, com resultados objetivos são de suma importância aos que buscam reeleição. Nada grita mais no mundo que a verdade.
E aí, a ilha fica ou afunda?
Com a palavra, o (a) leitor (a).