Por Folha do Sul/Rildo Costa
Publicada em 03/08/2021 às 09h54
O número de incêndios subiu muito nas últimas duas semanas na região de Cerejeiras. Embora o Corpo de Bombeiros não tenha divulgado ainda dados oficiais sobre as ocorrências, um oficial da corporação confirma o aumento estrondoso dos casos.
Ao FOLHA DO SUL ONLINE, o capitão Ozeni Mosqueira, comandante do único quartel do Corpo de Bombeiros da região de Cerejeiras, confirmou o aumento dos incêndios e fez um alerta. “Estamos vivendo uma época do ano muito propícia aos incêndios. A vegetação está seca, a umidade do ar está baixa e venta muito”, diz o capitão.
O comandante dos bombeiros também revela que, pelo que se sabe até agora, todos os incêndios em lavouras ou pastagens, por exemplo, foram provocados por ações humanas. “O incêndio acidental, provocado pela natureza, seria o causado por relâmpago. Mas não tivemos casos de relâmpagos na região”, disse.
As ocorrências de incêndios são no campo e na área urbana.
Na zona urbana, o depósito de uma loja quase foi consumido pelas chamas em Cerejeiras. Já em Colorado, uma loja agropecuária e uma farmácia viraram cinzas num incêndio que assustou a cidade.
No campo, são registrados os já citados incêndios nas lavouras de milho, que estão muito secas nesta época do ano, e nas pastagens, que também tem um alto volume de massa orgânica (capim ou grama) que é um excelente combustível. A foto que ilustra esta reportagem é de uma pastagem na saída para Colorado, perto da área urbana de Cerejeiras, numa pastagem.
Além desses tipos de incêndios, há ainda aqueles em que as máquinas agrícolas pegam fogo. Segundo um levantamento feito pelo FOLHA DO SUL LINE, de seis a sete colheitadeiras de milho já pegaram fogo na região de Cerejeiras, sendo total ou parcialmente consumidas pelas chamas.
Do lado da prevenção e combate, além do já citado e indispensável trabalho dos bombeiros, algumas entidades estão investindo em campanhas.
Há duas semanas, por exemplo, a Copama divulgou uma campanha alertando contra os incêndios no campo.
A outra ação de prevenção pode ser feita pelo próprio produtor (no caso dos incêndios rurais) ou pelo empresário (no caso dos urbanos). Por exemplo, no caso das plantadeiras agrícolas, geralmente elas emitem chamas quando não têm a manutenção adequada, quando não estão limpas ou até mesmo quando o operador fuma enquanto trabalha.
“É preciso oferecer um treinamento de qualidade para todos aqueles que trabalham na propriedade sobre como lidar com uma situação de incêndio. Com este treinamento, muitos incêndios podem ser prevenidos ou combatidos a tempo”, diz Monique Souza, técnica em segurança do trabalho, da Most, uma empresa do setor em Cerejeiras.