Por Deutsche Welle
Publicada em 07/08/2021 às 09h22
Washington impôs sanções a cinco acusados de liderar o terrorismo em África. Na lista está o "coordenador principal de todos os ataques no norte de Moçambique", avançou o Departamento de Estado norte-americano.
O Governo dos Estados Unidos está a impor sanções a cinco líderes terroristas em África, anunciou o Departamento de Estado na noite de sexta-feira (06.08).
"Os Estados Unidos tomaram hoje medidas contra os líderes terroristas em África que minam a paz e a segurança no continente", disse o porta-voz do Secretário de Estado norte-americano Ned Price no Twitter.
"Vamos continuar a trabalhar com os nossos parceiros para degradar a capacidade destes grupos terroristas e combater o seu controlo e influência", ressaltou.
Os cinco são acusados de ocuparem posições de liderança nos grupos terroristas Ahlu Sunna wa Jama (ASWJ), também conhecidos como ISIS-Moçambique, JNIM, que operava na região do Sahel da África subsaariana, e al-Shabaab, filiada na al-Qaeda, que controla grandes partes do sul e do centro da Somália.
"Coordenador principal" em Moçambique
De acordo com o Departamento de Estado norte-americano, Bonomade M. O., da ASWJ, é acusado, entre outras coisas, de servir como "coordenador principal de todos os ataques conduzidos pelo grupo no norte de Moçambique".
Num comunicado assinado pelo secretário de Estado Antony Blinken, aquele órgão norte-americano afirma que Bonomade liderou o ataque mortal ao hotel Amarula na vila de Palma, província de Cabo Delgado, em março.
No ataque a Palma, os terroristas decapitaram residentes e saquearam edifícios, matando pelo menos uma dúzia de pessoas e provocando a deslocação de mais de 8.000. Bonomade é também responsável por outros ataques em Moçambique e na Tanzânia, disse Blinken.
Líderes do terror
Sidan a. H., da JNIM, é acusado de ser responsável pelo ataque a uma base da missão Minusma da ONU no Mali, bem como da tomada de reféns. Salem o. B., também da JNIM, é acusado de ter supervisionado o grupo no Burkina Faso.
Ali M. R., porta-voz e líder sénior do al-Shabaab, é acusado de ter estado envolvido no planeamento de ataques contra áreas no Quénia e na Somália.
Abdikadir M. A., do al-Shabaab, um facilitador e planeador operacional, é acusado de ter dirigido o planeamento de ataques pelo grupo terrorista.
As sanções dos EUA congelam possíveis bens que os líderes terroristas possam ter no país e significam que as empresas e cidadãos dos EUA não estão autorizadas a fazer negócios com eles. Na prática, também tornará as transações financeiras internacionais mais difíceis para os acusados.