Por ANSA
Publicada em 26/08/2021 às 15h58
O governo italiano realizou uma reunião nesta quinta-feira (26) para debater um plano de apoio ao povo afegão, poucas horas depois que uma explosão foi registrada do lado de fora do aeroporto internacional Hamid Karzai em Cabul.
Segundo o ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, a Farnesina "está pronta para coordenar a definição de um plano italiano de apoio ao povo afegão". "Já começamos a trabalhar e pretendemos finalizar nos próximos dias", disse.
A ideia é lançar uma sala de controle interministerial sobre o Afeganistão, com funcionários do alto escalão, envolvendo todas as administrações interessadas em todo o conjunto de iniciativas.
"É fundamental que todo governo possa contribuir", enfatizou Di Maio, acrescentando que nos últimos dias tem recebido numerosas manifestações das administrações regionais e municipais do país europeu para ajudar a população afegã.
O ministro italiano explicou ainda que o projeto do governo é trabalhar com base em cinco vertentes, incluindo iniciativas a favor de novas evacuações de refugiados e deslocados após 31 de agosto; iniciativas de direitos humanos, com particular atenção às mulheres e à sociedade civil; e projetos humanitários e de cooperação para o desenvolvimento.
Além disso, o governo pretende garantir oportunidades de formação universitária ou não para jovens afegãos na Itália e assistência humanitária e às necessidades básicas, especialmente alimentação e saúde - crucial para a estabilidade afegã, também em termos de fluxos migratórios -, e iniciativas político-diplomáticas.
"As operações de evacuação estarão concluídas nas próximas horas. Agora, é necessário elaborar a 'fase 2', com uma perspectiva de curto e médio prazo que deve ser ordenada, estruturada e estratégica", ressaltou Di Maio.
Conforme apuração da ANSA, a ponte aérea organizada pelo Ministério da Defesa para levar os refugiados afegãos à Itália termina nesta sexta-feira (27). O último voo deve decolar de Cabul nesta madrugada para o Kuwait, de onde os evacuados serão transferidos para o aeroporto de Roma.
Após a explosão no aeroporto de Cabul, que deixou ao menos 11 mortos, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, também fez uma reunião emergencial e disse que a operação para evacuar os cidadãos britânicos e afegãos qualificados continuará, apesar da tragédia.
"Isso não vai interromper nosso progresso, vamos continuar com a evacuação", disse Johnson após presidir o encontro de emergência sobre os atentados.
"Sempre houve vulnerabilidades ao terrorismo e ataques terroristas oportunistas, nós os condenamos, acho que são desprezíveis, mas temo que sejam algo para o qual tivemos que nos preparar", finalizou.