Por Notícia ao Minuto - Portugal
Publicada em 27/08/2021 às 16h01
As duas militantes, Artemi Pitiukov e Ksenia Bezdenejnykh, foram condenadas a uma multa de 200.000 rublos (2.695 euros) cada uma por "perturbação da ordem pública", disse à agência France-Presse uma porta-voz do tribunal Presnenski de Moscovo.
A manifestação, sob a forma de "piquetes solitários" em que os ativistas se manifestam à vez segurando um cartaz, uma das últimas formas de protesto sem autorização ainda possíveis na Rússia, ocorreu na segunda-feira em frente à embaixada do Afeganistão e saldou-se pela prisão de seis pessoas, segundo a organização não-governamental OVD-Info.
Outros "piquetes solitários" realizaram-se em São Petersburgo (noroeste), a segunda cidade do país, sem que tivessem ocorrido detenções.
"No Afeganistão, ser mulher agora é mortalmente perigoso", podia ler-se no cartaz empunhado pelas ativistas, segundo imagens divulgadas nas redes sociais e pelos 'media'.
Os talibãs entraram em Cabul no passado dia 15 e tomaram o palácio presidencial, no final de uma ofensiva iniciada em maio quando começou a retirada final das forças norte-americanas e da NATO.
O movimento extremista tem-se esforçado para mostrar uma imagem aberta e moderada, mas muitos temem que os talibãs instaurem o mesmo tipo de regime fundamentalista e brutal que existiu quando ocuparam no poder no Afeganistão entre 1996 e 2001.
Sob o domínio talibã, as mulheres estavam impedidas de estudar, trabalhar e sair à rua sem 'guardião'.
As autoridades russas adotaram até agora uma atitude bastante conciliatória em relação aos talibãs, reconhecendo a sua vitória e apelando a um "diálogo nacional" para a formação de um governo representativo.