Por José Luiz Alves
Publicada em 26/08/2021 às 10h38
Em fevereiro de 1960, o então presidente Juscelino Kubistchek, aceitou o desafio de abrir a rodovia 029, na atualidade conhecida como BR 364, integrando o Norte e Sul do Brasil, por meio de rodovias. Essa foi a segunda maior obra realizada no velho Território de Rondônia depois da Ferrovia Madeira Mamoré. Ao completar 60 nos, por onde diariamente circulam centenas de veículos transportando soja, milho e algodão, essa BR encontra-se ameaçada de entrar em colapso na próxima colheita pela ausência de acostamentos e duplicação nos trecos mais críticos.
Se por ventura ocorrer de fato um colapso conforme estão prevendo, caminhoneiros e figuras ligadas ao agronegócio na região, não somente Rondônia será prejudicada, mas também os estados do Acre, o sul do Amazonas e Roraima, pois na verdade todo o abastecimento desta vasta área passa pela BR 364.
Com depoimentos de empresários e figuras ligadas ao agronegócio em Rondônia, o programa “Campo e Lavoura” na Rede TV! Que vai ao ar neste sábado das 7:00 às 8:00, revelará que se a BR 364 não for duplicada e recuperada, principalmente nos trechos mais críticos, a colheita das futuras safras agrícolas, entrarão em colapso com prejuízos incalculáveis para economia deste estado pelo má conservação desta rodovia que liga o Norte ao Sul do País. A equipe do programa “Campo e Lavoura” capitaneada pelo jornalista, José Luiz Alves percorreu 1.400 quilômetros na BR 364 durante uma semana ouvindo, produtores rurais, caminhoneiros, empresários e viajantes, todos sem exceção clamam pela duplicação, sinalização e melhores condições de tráfego.
Para o presidente da Cooperativa de Transportes de Rondônia (CTR) Jorge Roberto Rott, com mais de 700 veículos de cargas, sediado em Vilhena, falta vontade política da bancada federal de Rondônia para que o governo federal coloque recursos para a preservação na 364 BR. O empresário Fábio Croceta reclama que não se justifica, na cidade de Vilhena na divisa com Mato Grosso cortada ao meio pela BR 364 pelo menos não tenha dois elevados e mais duas rotatórias para desafogar o trânsito de veículos pesados.
No posto de fiscalização da Receita Estadual na entrada para o estado de Rondônia são registrados neste período da entre safra agrícola passagem de 1.200 veículos pesados (caminhões e carretas) no período da colheita de soja e milho esse número sofre um acréscimo entre 30 e 40%, segundo explica o chefe da fiscalização Everaldo Ortega. Não é só isso. Centenas de caminhões oriundos dos municípios de Juára e Juína em Mato Grosso interligados por rodovias vicinais entram em Rondônia com notas fiscais e cargas legalizadas e seguem seus destinos pela BR 364.
O Secretário de Agricultura, Evandro Padovani assim como o empresário Adélio Barofaldi, diante do crescimento na produção de grãos no estado acreditam que uma ação da bancada federal no Congresso Nacional colocando emendas de “bancada” para obras estruturais na BR 364, duplicando e melhorando e sistema de acostamento, pode reduzir pelo menos a curto-prazo o número de acidentes com vitimais fatais e prejuízos incalculáveis. Na verdade, essa rodovia tão importante para o desenvolvimento da região Norte do país, merece a tempo um tratamento mais adequado. Ameaça de colapso é real.
3ª faixa na saída de Ouro Preto do Oeste para Jí-Paraná. 3ª faixa na curva da morte. Anel rodoviário em Cacoal. Elevação do leito da rodovia entre Cacoal e Presidente Médici. Troca sistemática do aterro da rodovia em pontos críticos. Não precisa ser da área pra saber disso.