Por G1
Publicada em 05/08/2021 às 14h55
O Banco Central da Venezuela (BCV) anunciou, nesta quinta-feira (5), a terceira reconversão monetária em pouco mais de uma década. A partir de 1º de outubro, seis zeros da moeda nacional serão eliminados e passará a valer o bolívar digital.
Com a decisão, todos os valores monetários expressos em moeda nacional serão divididos por 1.000.000.
O objetivo principal da mudança é promover a recuperação econômica do país, que sofre de hiperinflação há quatro anos e enfrenta uma recessão generalizada.
Segundo o BCV, a introdução do bolívar digital não afetará o valor da moeda, nem acabará com o bolívar físico, em notas e moedas.
A utilização na versão digital, feita por meios de pagamento eletrônicos, permitirá avançar na construção de uma visão moderna da moeda nas transações cotidianas. Sua utilização também reduzirá os custos por transações na economia, ainda de acordo com o Banco Central do país.
Em comunicado oficial, o governo venezuelano também afirma que “a Venezuela está em um processo progressivo de modernização dos seus sistemas de pagamento e que recentemente iniciou as operações do novo Sistema de Troca de Mensagens Financeiras, feito localmente, por venezuelanos, promovendo a independência de sistemas estrangeiros para operações bancárias nacionais na consolidação da utilização efetiva do bolívar”.
Com a medida, haverá uma nova família de moedas e cédulas cujo valor máximo será de 100 bolívares.
Reconversões monetárias
Em 2008, a Venezuela eliminou três zeros ao bolívar e introduziu o bolívar forte. Em 2018, o país cortou cinco zeros da moeda e lançou o atual bolívar soberano.
Em 2020, a inflação ultrapassou 4.000% em 12 meses no país. Na ocasião, o parlamento explicou que o aumento de preços estava ligado a uma rápida desvalorização da moeda local.