Por Andréia Fortini/Secom
Publicada em 07/09/2021 às 08h48
O desfile cívico-militar de 7 de setembro é uma tradição em nível nacional em comemoração a Independência do Brasil com a participação de milhares e de pessoas que se reúnem em avenidas na maioria dos municípios do país. Mas pelo segundo ano consecutivo, o Governo de Rondônia, por meio da Casa Militar informa que vai continuar seguindo a orientação do Ministério da Defesa e substituir o tradicional desfile cívico-militar, no dia 7 de setembro, por uma programação especial, em razão das medidas sanitárias de combate à pandemia de covid-19.
“Mas a data foi lembrada com uma solenidade oficial nas escadarias do Palácio Rio Madeira (PRM), no dia 1º, em Porto Velho que contou com a presença do governador Marcos Rocha e a representação de todas as forças militares estaduais e federais. Complementando a programação da semana da pátria, foram publicadas várias matérias no Portal do Governo e veiculados vários vídeos nas redes sociais institucional”, destacou.
A programação está de acordo com a recomendação que autoriza a realização de exposições e demonstrações, desde que não sejam desfiles e que não haja aglomerações. O desfile de 7 de setembro já havia sido cancelado no ano passado, por meio da Portaria Nº 2.621/GM-MD, de 5 de agosto de 2020, que ainda permanece em vigor, com a recomendação de que sejam evitadas aglomerações, para desacelerar o contágio do coronavírus.
O secretário-chefe da Casa Militar salienta ainda que este ano será celebrado o 199º ano da Independência do Brasil de Portugal, declarada em 1822 e que o Governo já está organizando uma extensa programação para o ano que vem, no Bicentenário da Independência.
“A expectativa é que, com o fim da pandemia, o Brasil possa em 2022 voltar a cumprir a tradição com os desfiles cívico-militares que tanto encantam a população”, relembra o secretário com saudades dos vários desfiles dos quais já participou desde que entrou na Polícia Militar como soldado em 1991.
Entre os desfiles cívico-militares que marcaram a memória do coronel Góes estão o de 1993 quando, naquele ano, a tropa marchou no sentido contrário pela Avenida Carlos Gomes e ele fazia parte da guarda bandeira vindo logo atrás do pavilhão nacional.
“Era uma honra desde o início da minha carreira participar do desfile cívico-militar desde a preparação, os ensaios, arrancar aplausos das pessoas que assistiam. Dá saudade e espero que em breve possamos voltar a fazer os desfiles”, disse Góes.
ÚLTIMO DESFILE
Em 2019, ocorreu o último grande desfile militar em comemoração à Independência do Brasil e, como sempre, foi marcado por grandes exemplos de patriotismo pelas milhares de pessoas que compareceram a Avenida Imigrantes em Porto Velho e entrou para a história da Polícia Militar.
O governador Marcos Rocha desfilou em carro aberto ao lado do general de Brigada Luciano Batista de Lima, comandante da 17ª Brigada de Infantaria e Selva nesta ocasião.
‘‘O desfile de 2019 ficou para a história. Foi o primeiro ano que participei como governador de Rondônia e pude compartilhar esse momento cívico com as tropas militares e estudantis. Sou patriota e paixonado pelo nosso país, estou muito feliz por essa data. Precisamos respeitar nosso Brasil, lutar pela nossa gente. Fazer de fato a diferença. Vivemos um momento ímpar de amor à pátria e de luta pela nossa gente’’, relembrou Marcos Rocha.
DESFILE CÍVICO-MILITAR
As paradas militares são uma tradição comum em sociedades com influência europeia para enfatizar a ordem e a organização estatal. Isso porque existem relatos nos livros de história de que, bem antes da independência, já existiam as datas comemoradas pela monarquia portuguesa em que eram mais comuns às festas de posse do soberano, de aniversário, datas dinásticas, que remetem ao que temos hoje.
Hoje um desfile ou parada militar é considerado um ato público, em que os soldados de uma ou mais organização militar marcham ordenadamente em formações pelas ruas diante de autoridades e o público.
No caso de 7 de setembro, é um desfile cívico em comemoração a Independência do Brasil e para demonstrar a presença das forças militares, policiais e a capacidade armamentista como forma de manter a soberania nacional.
Durante o desfile, são demonstrados uniformes, distintivos, bandeiras e parte de suas armas e veículos. Geralmente o desfile vem acompanhado de música ou marchas militares e geralmente presididos pelo chefe de Estado.
ORIGEM
A organização militar é uma herança do Corpo de Artilharia Montada da Corte, primeira unidade de artilharia do Exército Brasileiro. Criada pelo príncipe regente, em 1809, atuou em conjunto com o Regimento de Cavalaria de Guardas e o Batalhão da Guarda Presidencial nas batalhas para consolidação da independência.
Segundo o Arquivo Histórico do Exército, as comemorações do Dia da Pátria começaram no século XIX. O 32º Grupo de Artilharia de Campanha, grupo D. Pedro I, é uma organização militar situada em Brasília. A unidade é responsável por manter as tradições históricas do país, do Exército e da artilharia brasileira. Parte integrante da guarda do Palácio do Planalto, os Dragões da Independência são soldados integrantes do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (1º RCG), do Exército.
A unidade teve origem no 1⁰ Regimento de Cavalaria do Rio de Janeiro, que fazia a guarda de honra do Príncipe. O regimento testemunhou o grito de D. Pedro I, às margens do Riacho Ipiranga, dando início ao processo de Independência do Brasil.
CURIOSIDADES
Os Dragões da Independência ainda se destacam pelo uniforme histórico que vestem. O traje da guarnição foi idealizado pelo pintor francês Jean Baptiste Debret, em homenagem à imperatriz Maria Leopoldina. Em 1916, o 1⁰ Regimento de Cavalaria do Exército passou a chamar-se Regimento dos Dragões da Independência, usando a farda tradicional da Imperial Guarda de Honra.
Além de realizarem a guarda das instalações presidenciais, os Dragões da Independência executam o cerimonial militar da Presidência da República, atuam em operações de Garantia da Lei e da Ordem (a cavalo). Ainda hoje, mantem as tradições equestres do Exército.
Figuras ilustres da história do Brasil fizeram parte do Batalhão, militares de elevado conceito e valor, como o alferes Luiz Alves de Lima e Silva, que foi o primeiro Porta-Bandeira do Brasil e, já no posto de major, subcomandante do Batalhão; mais tarde, o Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro.