Por SEEB-RO
Publicada em 30/09/2021 às 10h35
O Banco da Amazônia trouxe uma pauta bomba para a mesa de negociação sobre saúde realizada na tarde de quarta-feira, 29/9: a comunicação de que a instituição fará a demissão de 145 bancários e bancárias que integram o Quadro de Apoio do banco, sendo 121 deles no Pará.
O Sindicato dos Bancários do Pará, o Sindicato dos Bancários de Rondônia, a Contraf-CUT e a Fetec-CUT Centro Norte repudiaram de imediato a informação trazida pelo banco para a mesa de negociação, onde a expectativa era tratar de diversas demandas que visam a melhoria da assistência à saúde aos empregados e empregadas da instituição.
O Banco da Amazônia afirmou que esta decisão é irreversível, com base em um estudo técnico, tendo em vista que o Quadro de Apoio, nas palavras do banco, seria um segmento em extinção na instituição e que atrapalharia os planos de contratação de novos empregados.
Questionado pelas entidades sindicais sobre qual a fundamentação técnica e jurídica para essa medida de demissão em massa, os negociadores disseram que o banco somente responderia mediante formalização do questionamento pelas entidades dos trabalhadores.
As lideranças sindicais presentes na mesa reivindicaram que o pedido de esclarecimentos técnicos e jurídicos constasse em ata.
“O Banco da Amazônia disse em mesa que esta notícia estava sendo apresentada em primeira mão para as entidades sindicais, pois o banco prestigia a mesa de negociação. Porém, contraditoriamente, o Banco da Amazônia também afirmou que esta decisão já está tomada e que a instituição aplicará essa medida. Nós repudiamos em mesa a postura do banco e reivindicamos explicações técnicas e jurídicas que garantam a real necessidade de se demitir 145 bancários e bancárias em plena pandemia. Vamos chamar o Quadro de Apoio para reunir com nossa assessoria jurídica e construir nossa ação frente a essa postura antidemocrática do banco”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira.
“O problema central desse ponto de pauta foi o Banco da Amazônia apenas comunicar que esta decisão está tomada e é irreversível. Somos totalmente contrários às demissões em massa, sobretudo nesse momento de pandemia e de ataques do Governo Bolsonaro aos bancos públicos e ao próprio Banco da Amazônia. Fiquei impactado com a notícia e com a forma como ela nos foi dada, até porque sou do Quadro de Apoio e há tempos lutamos por um melhor aproveitamento desse segmento dentro da instituição. Não vamos aceitar essa medida de forma pacífica e vamos lutar em defesa do Quadro de Apoio do banco”, destaca o coordenador da comissão de empregados do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade.
“Um desligamento compulsório, após anos de serviços prestado, é um verdadeiro tiro à queima roupa, principalmente num momento de luta pela vida. O curioso é que o Banco da Amazônia vinha se mostrando flexível nas reivindicações realizadas em mesa, prezando pelo bem estar de seus funcionários, mas agora, subitamente, realiza seu segundo movimento de redução de quadro logo após a aplicação da EC103/2019. O alvo, dessa vez, são os funcionários do Quadro de Apoio, com a justificativa de que não há chances de realocação e adaptação aos novos serviços para essas pessoas. Mas o Banco algum dia se preocupou em preparar essas pessoas para se readaptassem às mudanças? O SEEB-RO repudia essa ação e estará junto com as demais entidades, pares e de grau superior, assim como com esses funcionários”, enfatizou Ricardo Vitor, secretário geral do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO).
REUNIÃO COM O QUADRO DE APOIO
O Sindicato dos Bancários do Pará convoca todo o Quadro de Apoio do Banco da Amazônia para uma reunião jurídica na próxima segunda-feira, 04 de outubro, às 18h, pelo aplicativo Zoom Meeting, para tratar sobre essa decisão de demissões.
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E A PAUTA DE SAÚDE?
Covid-19: A parte positiva desta reunião foi a informação de que o Banco da Amazônia vai exigir a apresentação da carteira de vacinação de seus empregados, para que esses comprovem o esquema vacinal completo contra a Covid-19 para que possam transitar nas dependências da instituição.
Ainda sobre o ponto de pandemia, o Banco da Amazônia também informou que fará nova distribuição de máscaras para os bancários e bancários em trabalho presencial.
Plano de saúde: As entidades sindicais apresentaram diversos questionamentos sobre melhorias no plano de saúde dos empregados. Porém, o Banco da Amazônia disse que precisava realizar uma série de pesquisas para responder tudo o que foi questionado.
O encaminhamento então foi que as entidades sindicais formalizarão todas as questões sobre plano de saúde através de ofício; e o Banco da Amazônia terá até 30 dias para responder às demandas dos trabalhadores sobre o tema.
DEMANDAS DAS CARAVANAS
O Sindicato dos Bancários do Pará também apresentou duas pautas dos empregados do Banco da Amazônia identificadas durantes as últimas caravanas pelas regiões sul e sudeste e nordeste do estado: os problemas com ar-condicionado na agência de Castanhal; e a dificuldade dos empregados de Santana do Araguaia, que não conseguem utilizar o tíquete alimentação por falta de rede credenciada.
Para ambos os questionamentos, o Banco da Amazônia informou que dará resolução o mais breve possível.
Representaram os trabalhadores na mesa de negociação a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira; o coordenador da comissão de empregados do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade; a secretária de políticas sociais da Contraf-CUT, Rosalina Amorim; o diretor jurídico do Sindicato dos Bancários do Pará e empregado do Banco da Amazônia, Cristiano Moreno; o diretor do SEEB-RO e empregado do Banco da Amazônia, Ricardo Vitor; e o assessor jurídico do SEEB-PA, Luiz Fernando Galiza.
O Banco da Amazônia foi representado por Francisco Moura, Bruna Paraense, Eder Picanço e Anderson Pereira.
Bancários/PA, com edição do SEEB-RO