Por Rondoniadinamica
Publicada em 18/09/2021 às 09h41
Porto Velho, RO – Pelos seus recentes posicionamentos, especialmente na condução dos trabalhos na CPI da COVID-19 no Senado Federal, Marcos Rogério, do DEM de Rondônia, ganhou projeção nacional.
À exceção dos bolsonaristas mais ferrenhos, como ele próprio, geralmente a repercussão de seus manifestos que giram em torno basicamente de tergiversação inócua com voz impostada de locutor de rodeio não “rendem o bloco” além da claque verde-amarela.
É aquele velho ditado: os cães ladram, mas a caravana passa.
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Em suma, como a vida continua, inclusive no aspecto político, algumas legendas, incluindo as da direita, já começam a imaginar o futuro tupiniquim num cenário – aparentemente às raias do apocalíptico –, pós-bolsonaro.
É o caso dos demistas (apesar de haver alguma resistência), que, por ora, mantêm em seus quadros o próprio Marcos Rogério enquanto costuram fusão com a antiga legenda do mandatário do Planalto, o PSL.
Sites de notícia e articulistas políticos reconhecidos nacionalmente enxergam a vinculação de agremiações como eventual expressão da “maior força de direita” no Congresso Nacional.
“O novo partido vai comandar um orçamento de cerca de R$ 1 bilhão no ano que vem, somando recursos dos fundos eleitoral e partidário. E terá um tempo de televisão nas propagandas em torno de 1 minuto e 40 segundos”, revelou a página O Antagonista no decorrer da semana.
A parte ruim, exclusivamente para Rogério, é que essa novíssima composição, até agora, não conserva a mínima pretensão de prestar apoio ao verdugo do Alvorada, ainda, e especialmente, nesses tons de vassalagem e subserviência conferidos pelo congressista de Ji-Paraná.
Claro que esse fervor tem razão de existir: o criador do bordão “vai vendo, Brasil” – e é sintomático o fato de ter sido denominado como Rolando Lero pelo colega Omar Aziz (PSD-AM), como quem chama para si as credenciais de personagem de esquete –, quer mesmo é mandar no Palácio Rio Madeira.
Quer ser governador.
Compreendendo a sanha do eleitorado regional, com suas tendências malabaristas virando o tabuleiro de cabeça para baixo a cada quatro anos, a ideia é apegar-se à onda do momento enquanto o bolsonarismo ainda respira no Norte brasileiro, especialmente em território rondoniense.
É uma jogada de risco. É o tudo ou nada: sua sina, sua sinuca de bico.
Caso a combinação dos partidos seja mesmo concretizada, Rogério, com seu narcisismo impetuoso, pode perder o bonde daquilo que representará a massa aproveitável dos últimos três anos no flanco conservador/liberal.
Certamente optará pela autoimagem insculpida por meio do falso feedback colhido ao plantar seus arroubos de sabujice em Brasília, ignorando, claro, que as patotas, mesmo as barulhentas e emperiquitadas, são apenas expressões limitadas pelas paredes da ignorância que aprisionam as bolhas ideológicas.
E aí o adágio volta à mesa.
Os cães ladram, mas a caravana passa.
Daí cabe a Marcos Rogério decidir: vai continuar latindo para o nada na estrada correndo o sério risco de ser atropelado pela história ou irá rumar sobre rodas em direção à manutenção de sua ascensão na política eletiva.