Por João Antônio Alves/Secom
Publicada em 06/09/2021 às 12h53
Instituído em 1983, durante o II Encontro de Organizações e Movimentos da América, em Tihuanacu, na Bolívia, o dia 5 de setembro se tornou a celebração do Dia Internacional da Mulher Indígena. O Governo de Rondônia, por meio da Coordenadoria de Povos Indígenas (Copin), subordinada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), homenageia estas mulheres e reforça o compromisso em evidenciar a representatividade dentro e fora das comunidades indígenas.
O Dia Internacional da Mulher Indígena é uma data sobre resistência e a luta pela sobrevivência. A índia aimará Bartolina Sisa, é a inspiração que marca essa luta memorizada na data. Juntamente com seu marido, Túpac Katari, da mesma etnia, comandou uma rebelião contra os conquistadores e dominadores espanhóis, em 1781, no Alto Peru, região atual da Bolívia.
Atualmente, a luta se faz presente na busca por interesses mútuos de toda mulher, além também da compreensão do legado ancestral das mulheres indígenas. A Coordenadora de Povos indígenas, Valdenilda Coiryn Massaca Karitiana, ressalta que “é importante falarmos da inserção de mulheres em espaços de poder, seja representando os povos indígenas na esfera governamental ou em suas aldeias, ambas situações sem deixar de lado a sua ancestralidade e seus conhecimentos tradicionais”, destacou.
A VOZ DE QUEM RESISTE
A Coordenadora da Associação das Guerreiras Indígenas de Rondônia (Agir-RO), Maria Leonice Tupari, é uma mulher indígena comenta que “a importância da data consiste na luta e união das vozes de mulheres indígenas para ecoar nos territórios e no mundo, mostrando que existimos e defendendo o bem viver de todos os povos”.
Maria Tupari relata que ter voz para falar desta data e todo o trabalho que é feito, fazem parte das conquistas alcançadas para as mulheres indígenas. “Uma das conquistas é a marcha que iremos fazer até Brasília no dia 5 de setembro. Além de outras conquistas, ainda é pouco e lutamos pela sobrevivência, queremos mais. Nós, mulheres indígenas, somos força e resistência”, afirmou.
Outra voz resistente é a da Coordenadora da Educação Escolar Indígena, em Guajará-Mirim, Jap Veronica Oro Mon. Ela considera a data “um dia da resistência e protagonismo das mulheres indígenas. Durante muitos anos, estas mulheres ficaram invisíveis dentro de suas próprias comunidades, como também fora, mas atualmente, assumem cargos de maior prestígio, fazem parte do movimento. Tem voz e vez”, destacou.
Apesar das conquistas, ainda há muito o que fazer. Jap Oro Mon reforça que o mundo indígena na atualidade, segue acompanhando todas as mudanças ocorridas dentro de cada comunidade com o objetivo de preservação, transmissão e da prática ancestral.
“Hoje, nós transitamos em dois mundos: não esquecer de quem somos e andar no mundo do outro conhecendo e respeitando a diferença”.
SOBRE A COPIN
A Coordenadoria de Povos Indígenas (Copin), visa atender as demandas das comunidades indígenas, respeitando as competências da União e visando atender o que compete ao estado no apoio ao usufruto exclusivo da terra e ações de educação ambiental para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Também tem a proposta de estabelecer diálogos e intensificar o apoio à substituição de atividades produtivas não sustentáveis em terras indígenas por atividades sustentáveis. Outra função muito importante da Coordenadoria é levantar as potencialidades produtivas das comunidades. No cenário feminino, tem evidenciado o protagonismo das mulheres indígenas dentro e fora destas comunidades.