Por Notícia ao Minuto - Portugal
Publicada em 18/09/2021 às 10h14
Os nove homens foram executados na praça Tahrir, perante uma multidão de pessoas que se aglomeraram.
"Alá é grande", "Morte à América, morte a Israel" e "Vitória para o Islão" foram as expressões proferidas pelo movimento insurgente, que controla a capital iemenita desde 2014.
Os condenados chegaram à praça em veículos blindados escoltados por uma dezena de carros patrulha, enquanto dezenas de pessoas subiram aos postes de eletricidade para ter uma vista mais privilegiada da execução.
Ao saírem dos veículos, um juiz Huthi leu os veredictos, enquanto os acusados gritaram: "Somos oprimidos, vocês são uns mentirosos", constatou a EFE.
Um deles desmaiou quando os soldados os levaram para o local da execução, onde um atirador disparou nas costas, um a um, enquanto eles caiam de bruços, sob os gritos e os aplausos de centenas de pessoas e de polícias.
Hoje foi a primeira execução pública dos Huthis relacionada com o assassinato de líderes em ataques aéreos realizados pela coalizão árabe liderada pelos sauditas, que intervêm no Iémen desde 2015 contra o movimento insurgente e em favor do Governo internacionalmente reconhecido do país.
Os nove executados foram acusados, em agosto de 2020, de participar no assassinato de Al Samad, o presidente do Conselho Político Supremo dos Huthis, o cargo político mais alto dos rebeldes, que morreu em abril de 2018 juntamente com sete guarda-costas na cidade portuária de Al Hodeida, nas margens do Mar Vermelho.
Entre os executados estava o chefe do conselho municipal de Al Hodeida, Ali bin Ali al Quzi.
Al Samad é o oficial Huthi de mais alta patente morto e, após o ataque, o tribunal Huthi também proferiu sentenças de morte à revelia, entre outros, contra o príncipe saudita Mohamed bin Salman e o Presidente iemenita Abdo Rabu Mansur Hadi, que está exilado em Riade.
O Iémen é um dos oito países do Médio Oriente onde a pena de morte é aplicada, segundo o último relatório da Amnistia Internacional sobre a pena de morte no mundo.
Em junho, os realizaram a primeira execução pública na zona do Iémen, área controlada pelos insurgentes desde 2018.