Por AFP
Publicada em 21/09/2021 às 10h30
Os incêndios florestais no verão do Hemisfério Norte provocaram um recorde de emissões de CO2 em julho e agosto de 2021, segundo um relatório do Serviço de Monitoramento da Atmosfera europeu Copernicus, incêndios agravados pelo aquecimento global.
Copernicus, financiado pela UE, afirma que no mês de julho houve um primeiro recorde de 1.258,8 megatoneladas de CO2 liberadas na atmosfera pelos incêndios no planeta (metade deles procedente da América do Norte e Sibéria). Em agosto, o recorde foi novamente quebrado, com 1.384,6 megatoneladas.
A temporada de incêndios no hemisfério boreal vai de maio a outubro, com seus picos em julho e agosto. As regiões mais afetadas foram a bacia mediterrânea, sob grandes ondas de calor, Sibéria e América do Norte, onde o incêndio denominado Dixie, no estado da Califórnia, foi um dos mais graves.
Para o cientista Mark Parrington, do Copernicus, é alarmante "o número de incêndios, a área queimada, sua intensidade e sua persistência".
É um fenômeno agravado por condições climáticas mais secas e quentes, "como consequência do aquecimento global", acrescenta, usando como exemplo os incêndios do nordeste da Sibéria, que se estenderam de junho a agosto.
"A mudança climática está criando condições ideais para os incêndios florestais", com chamas mais intensas e que se desenvolvem mais rápido, ressalta Parrington.
No caso da Sibéria, o aumento das temperaturas e a aridez do solo estão por trás do recorde de emissões de CO2 entre junho e agosto, o dobro de 2020, com um pico registrado em 3 de agosto.
No Ártico, as chamas provocaram 66 megatoneladas de emissões de CO2 entre junho e agosto de 2021.
Os cientistas do Serviço de Monitoramento da Atmosfera do Copernicus acompanham quase em tempo real a evolução da atmosfera graças aos satélites e, desse modo, podem estimar o impacto das emissões na poluição do ar.
Neste sentido, suas observações registraram uma coluna de fumaça procedente dos incêndios na Sibéria e na América do Norte, que cruzou o Atlântico e chegou até a costa oeste das ilhas britânicas.