Por ANSA
Publicada em 01/09/2021 às 15h34
O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, disse nesta quarta-feira (1º) que ficou muito decepcionado com a reunião da última terça (31) entre os ministros do Interior do bloco sobre a crise no Afeganistão.
Na ocasião, a comissária de Assuntos Internos da UE, Ylva Johansson, defendeu "ajudar as pessoas no Afeganistão e nas vizinhanças" para evitar uma nova crise migratória e de refugiados nas fronteiras do bloco.
Além disso, Áustria, Dinamarca e República Tcheca se uniram para pedir que os afegãos fiquem no Afeganistão, novamente comandado pelo grupo fundamentalista Talibã devido ao fracasso da intervenção de 20 anos liderada pelos EUA e pela Otan.
"Ficamos muito decepcionados com as conclusões do Conselho de Assuntos Internos de ontem [21]. Vimos países de fora da União Europeia oferecendo acolhimento a solicitantes de refúgio afegãos, mas não vimos um único país-membro [da UE] fazer o mesmo", declarou Sassoli, de centro-esquerda.
Segundo o italiano, não é possível "fingir que a questão afegã" não diz respeito ao bloco europeu. "Nós participamos da missão [da Otan], compartilhando seus objetivos e fins", acrescentou.
Até o momento, a União Europeia e seus Estados-membros têm defendido sobretudo o envio de ajudas aos países que fazem fronteira com o Afeganistão, para evitar que refugiados sigam viagem até o velho continente.
A Grécia, que esteve na linha de frente da crise migratória de 2015, já construiu até um muro em sua fronteira com a Turquia para barrar futuros fluxos de afegãos.