Por Agência Brasil
Publicada em 10/09/2021 às 09h08
O ex-presidente de Portugal Jorge Sampaio morreu hoje (10), aos 81 anos. Ele estava internado desde dia 27 de agosto no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, com dificuldades respiratórias. O governo decretou luto oficial de três dias.
Jorge Sampaio foi secretário-geral do Partido Socialista (de 1989 a1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (de 1990 a1995) e presidente da República em dois mandatos (de 1996 a 2006).
Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006, pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas, enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e entre 2007 e 2013 foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.
Atualmente presidia a Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por ele em 2013 com o objetivo de contribuir com a emergência acadêmica que o conflito na Síria tinha criado, deixando milhares de jovens sem acesso à educação.
Mensagens
Em mensagem, o atual presidente, Marcelo Rebelo de Sousa disse que Sampaio lutou "serenamente" pela "igualdade na liberdade". Lembrou a atuação do antigo chefe de Estado no movimento estudantil no início dos anos 60, na defesa em tribunais dos presos políticos durante a ditadura, na representação externa da democracia e na construção de pontes, década após década, entre "formações diversas no seu hemisfério político e além dele".
Ao anunciar luto oficial de três dias no país, o primeiro-ministro António Costa também destacou o trabalho de Sampaio, desde o papel de liderança no movimento estudantil de 1962 até os últimos anos de vida, com a plataforma internacional para estudantes refugiados.
No Twitter, o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, enviou condolências à família do ex-presidente, afirmando que ele será sempre uma "referência para a social-democracia e para os defensores do Estado de direito",
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, destacou o "papel crucial" de Jorge Sampaio na promoção dos direitos humanos e dignidade dos refugiados, elogiando o "homem de princípios".