Por Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 18/09/2021 às 10h24
A corrida sucessória do próximo ano antecipa mobilização nos bastidores da política visando a sucessão estadual. Hoje, somente cinco prefeitos dos principais municípios de Rondônia estariam dispostos a enfrentar as urnas nas eleições gerais do próximo ano, quando serão realizadas as eleições gerais para eleger presidente da República, governadores, uma das três vagas de cada Estado e Distrito Federal ao Senado e deputados (federais e estaduais).
Dois nomes com maiores –e melhores– condições de concorrer à sucessão estadual são do mesmo partido, o PSDB. Um deles o prefeito de Porto Velho, maior colégio eleitoral do Estado, com mais de 330 mil eleitores nas eleições a prefeito e vereador em 2020, Hildon Chaves.
O prefeito da capital foi reeleito para um segundo mandato e realiza um trabalho dos mais elogiáveis. Obras de saneamento básico como pavimentação e galerias pluviais estão entre as prioridades nos bairros, principalmente. Poucos sabem, mas Porto Velho tem o maior rebanho bovino de corte do Estado e a assistência na área agrícola e pecuária é das melhores, inclusive na conservação das estradas vicinais. Saúde, educação também estão entre as prioridades do prefeito Hildon e sua equipe.
O maior problema de Hildon para uma candidatura a governador no próximo ano é o seu partido. O ex-senador Expedito Júnior, importante liderança do PSDB está disposto a apoiar o senador Marcos Rogério, presidente regional do DEM, a governador. A presidente regional dos tucanos, a deputada federal Mariana Carvalho e a maior parte do diretório querem Hildon, por isso o impasse, que poderá provocar a saída de Júnior da agremiação.
O prefeito de Jaru, João Gonçalves Júnior, que também é do PSDB, já demonstrou disposição de concorrer à sucessão estadual. Tem potencial eleitoral e econômico para isso, transformou a cidade nos últimos 4 anos, por isso foi reeleito com mais de 68% dos votos bons, mas esbarra na disputa interna dos tucanos.
Recentemente Gonçalves Júnior foi convidado pelo deputado federal Lúcio Mosquini, presidente regional do MDB, a se filiar ao partido. Um dos compromissos era de o prefeito disputar o governo do Estado em 2022. Joãozinho disse não. Caso esteja com a porteira fechada no PSDB, poderá aceitar o convite do MDB, onde será muito bem-vindo e a porteira continua aberta.
Até as convenções de abril do próximo ano certamente teremos negociações intensas nos bastidores, mas João Júnior é um dos nomes com plenas condições de disputar o governo do Estado e enorme chance de sucesso.
Prefeitos de mais dois municípios já demonstraram interesse em concorrer nas eleições do próximo ano. Em Vilhena, município maior e mais importante do Cone Sul, o prefeito-reeleito, Eduardo Japonês (PV) é um potencial candidato a deputado federal no próximo ano.
O prefeito Japonês poderá ter problemas dentro do partido, caso resolva levar sua pretensão adiante. É que o seu padrinho político e presidente regional do PV, deputado estadual Luizinho Goebel, um dos mais experientes políticos do Estado, que já está no quarto mandato, tem o seu sogro, o presidente regional do PSL e secretário de Estado da Agricultura-Seagri, Evandro Padovani, suplente de deputado federal que é candidatíssimo ao cargo em 2022.
Outro chefe de executivo municipal, que já demonstrou intenção de concorrer à Câmara Federal é o prefeito-reeleito de Pimenta Bueno, delegado Arismar Araújo de Lima (Patriota). O delegado Araújo é estrategista, organizado e vem trabalhando há tempo uma candidatura a federal, antes mesmo da reeleição em 2020, quando foi candidato único. Tem chances.
Cacoal tem a deputada Jaqueline Cassol, que dirige o PP no Estado, na Câmara Federal. Comenta-se com intensidade que ela concorrerá ao Senado e não à reeleição. O prefeito Adailton Fúria (PSD), eleito em novembro último poderia ser um nome em condições de concorrer a deputado federal, mas os analistas políticos consideram a ação praticamente impossível, porque Fúria era deputado estadual e renunciou, após se eleger prefeito. O presidente do seu partido é o deputado federal Expedito Netto, que não deverá apoiar Fúria para concorrer com ele e, garantem as pessoas mais próximas ao prefeito, que ele tem como meta cumprir o seu mandato, que iniciou este ano.
Não há dúvida, que dos prefeitos atuais, Hildon Chaves e João Júnior são os nomes em melhores condições de concorrer ao governo do Estado em 2022. Os demais citados, no máximo à Câmara Federal, com restrições a Fúria. O problema é que Hildon e Júnior estão no mesmo partido. Se mantiverem a decisão de disputar à sucessão estadual, um deles terá que optar por outro partido. Joãozinho tem o convite do MDB.
Outro problema é que, para concorrer, não importa o cargo, o prefeito terá que renunciar em abril do próximo ano, seis meses antes das eleições. Missão mais difícil para Fúria, que está no primeiro mandato.